O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) suspendeu, por tempo indeterminado, o recebimento de novos registros de crédito consignado pelo Agibank, citando uma série de “irregularidades e práticas lesivas” aos beneficiários do instituto.
Na divulgação do balanço do terceiro trimestre, o Agibank disse que atingiu em setembro participação de mercado de 8,8% em operações de crédito consignado para beneficiários do INSS.
“A auditoria constatou a existência de quantidade significativa de contratos averbados sem consentimento expresso dos beneficiários”, afirmou o INSS em comunicado divulgado nesta quarta-feira (3), informando sobre a decisão definida na terça-feira (2).
“Além disso, há indicativo de irregularidades em milhares de operações da instituição”, acrescentou o órgão, citando que a decisão foi fundamentada em auditora da CGU (Controladoria-Geral da União).
Procurado pela Reuters, o Agibank afirmou que tomou conhecimento da suspensão anunciada pelo INSS sem ter sido previamente comunicado ou mesmo com a oportunidade de apresentar defesa e esclarecimentos.
“A instituição reafirma que todos os contratos seguem protocolos rigorosos de segurança, como biometria facial, validação documental e cruzamento de dados em bases oficiais”, justificou.
O banco também afirmou que desconhece contratações irregulares, mas que, em caso de constatação das suas ocorrências, serão adotadas providências para saneamento dos trâmites internos, além de absorver integralmente o impacto, sem ônus para clientes ou para o INSS, com ressarcimento integral dos valores envolvidos.
O Agibank também informou que já solicitou acesso aos autos ao INSS, a fim de que possa realizar uma análise detalhada dos apontamentos apresentados pela autarquia e pela CGU.
O INSS divulgou que, entre os fatos mais graves que motivaram a suspensão, está a existência de 1.192 contratos assinados após a data do óbito dos beneficiários, entre 2023 e 2025. Desses, 163 foram firmados com benefícios já encerrados nos sistemas do INSS.
Fonte UOL