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Acessibilidade
Habilidades em inteligência artificial deixaram de ser um diferencial e passaram a ser pré-requisito para o sucesso no futuro do trabalho. Segundo uma pesquisa da Nexford University com mais de 1.000 profissionais e recrutadores, quase um em cada cinco gestores de contratação afirma que a fluência em IA já é mais importante do que um diploma de uma universidade renomada.
O levantamento também mostra que:
- Para 26% dos gestores, a fluência em IA é um requisito básico;
- Cerca de 22% consideram a habilidade tão ou até mais relevante do que a comunicação;
- Mais de um terço (35%) procura especificamente experiência ou cursos em IA ao analisar currículos.
Ao mesmo tempo, diplomas de grandes universidades vêm perdendo relevância. Empresas estão derrubando o chamado “teto de papel”, barreira que impedia profissionais qualificados de ocupar cargos por não terem o diploma exigido, e passando a valorizar mais as habilidades práticas do que a formação acadêmica.
De acordo com uma pesquisa da TestGorilla, plataforma que ajuda empresas a selecionar candidatos por meio de avaliações de habilidades, que ouviu mais de 1.000 líderes e profissionais de RH, mais da metade dos empregadores (53%) já abandonou a exigência de diploma, contra 30% em 2024. Nos Estados Unidos, 57% afirmam que os diplomas são cada vez menos importantes.
Habilidades e IA: a nova moeda do trabalho
O mercado de trabalho hoje é movido essencialmente por duas forças: competências práticas e inteligência artificial. Ter um diploma ainda pode ser vantajoso — conecta profissionais a redes de mentoria, possibilita aprofundamento em pesquisa e metodologias, favorece aumentos salariais e é indispensável em áreas especializadas, como medicina. Mas, sozinho, já não garante espaço no mercado.
Gestores relatam resistência em contratar recém-formados da Geração Z e, muitas vezes, preferem designar funções de entrada a agentes e ferramentas de IA, principalmente pela falta de soft skills. Um relatório da Microsoft de 2024 confirma que empregadores tendem a priorizar habilidades relevantes em detrimento da experiência prévia. O Reino Unido exemplifica esse movimento: a demanda por profissionais em IA cresceu 21%, enquanto a exigência de diploma caiu 15%, inclusive em funções diretamente ligadas à tecnologia.
Por que isso está acontecendo?
- Lacuna de talentos: há um descompasso entre as competências exigidas e as disponíveis no mercado;
- Velocidade da IA: empresas lutam para acompanhar o ritmo da implementação da tecnologia e não querem ficar para trás;
- Escassez de profissionais qualificados: segundo uma pesquisa de 2024 da AWS (Amazon Web Services), braço de computação em nuvem da Amazon, nove em cada dez empregadores esperam adotar IA generativa nos próximos cinco anos. O estudo aponta que habilidades em IA podem elevar os salários em até 47%, e 73% dos empregadores consideram prioritária a contratação de talentos na área. Ainda assim, três em cada quatro empresas dizem não encontrar os profissionais de que precisam.
Como desenvolver habilidades em IA
A escassez de profissionais especializados abre novos caminhos para quem busca se diferenciar e garantir oportunidades no mercado. Confira algumas maneiras de aprender habilidades em IA e aproveitar o boom do setor:
- Obtenha certificações, microcredenciais e participe de bootcamps de IA;
- Pratique diariamente o uso de ferramentas de IA no trabalho;
- Teste diferentes fluxos e aplicações de IA;
- Transforme conhecimento em um negócio de consultoria independente;
- Crie uma fonte de renda passiva ou um projeto paralelo baseado em IA;
- Destaque fluência e experiência prática em IA no currículo.
Para quem busca certificações, plataformas como Kaggle, Codecademy, Microsoft Learn e IBM SkillsBuild oferecem cursos de introdução e aprofundamento em IA. Além disso, ferramentas como o ChatGPT podem ser usadas não apenas para aumentar a produtividade, mas também como fonte de renda extra, basta explorar casos de uso estratégicos.
*Rachel Wells é fundadora e CEO da Rachel Wells Coaching, uma empresa dedicada a desbloquear o potencial de carreira e liderança para a GenZ e os millenials.
FonteForbes