Em setembro, além do início da primavera, entrará em vigor o Pix parcelado. Trata-se de mais uma opção de crédito ao consumidor, que deve se inteirar muito bem sobre essa funcionalidade. É muito importante que o tomador desse crédito saiba que o valor será debitado mensalmente em sua conta-corrente, e que evite o endividamento.
Uma compra parcelada por Pix estará sujeita a juros. Para que valha a pena, as juros cobradas deverão ser inferiores às do cartão de crédito. Os correntistas devem entender, portanto, que assumirão um compromisso financeiro. Comprarão sem ter o dinheiro disponível, o lojista receberá o valor total à vista, mas a compra será paga em parcelas, como nos antigos crediários.
Alguns bancos já oferecem o Pix Parcelado para o cliente detentor de cartão de crédito. A grande inovação será ampliar a possibilidade de compra a crédito para pessoas que não tenham cartão.
É por essa razão que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, incluiu o Pix em uma investigação aberta contra o Brasil, para averiguar atos, políticas e práticas do governo brasileiro que, na visão dele, prejudicam companhias norte-americanas.
As bandeiras internacionais de cartões de crédito são norte-americanas, e o Pix poderá reduzir os negócios dessas empresas no Brasil, principalmente com a possibilidade de pagamento parcelado.
Trumpismos à parte, o consumidor brasileiro deveria se informar muito mais antes de escolher um meio de pagamento. Quantificar o acréscimo total ao valor pago por um bem ou serviço parcelado, a fim de compreender o efeito dos juros e de outros custos, como seguros, tarifas e demais despesas que aumentam o valor das parcelas, no preço total do produto.
Facilidade de pagamento é um conforto e, dentro de determinados limites, uma democratização do acesso ao comércio e serviços. Mas não deve ser considerada uma licença para gastar. Despesas têm de ser sempre relacionadas à renda de quem consome.
Endividamento, muitas vezes, começa com pequenos desajustes entre a possibilidade de pagar e o desejo de comprar. A soma desses desequilíbrios financeiros é que pode se transformar em endividamento e, em casos mais graves, superendividamento.
Um pensamento perigoso é “eu merece ter isso”. Merecimento não paga contas. O pensamento correto seria “eu posso” ou “eu não posso” comprar agora. Evitaria muitos dissabores e garantiria um sono mais tranquilo.
Fonte ONU