Spread de crédito atinge menor nível desde 1998, apesar de risco de desacelerar

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A diferença entre os rendimentos dos custos de empréstimo das empresas dos EUA e dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos — o chamado “spread” de crédito caiu para o menor nível em mais de duas décadas, impulsionado por uma melhora nas expectativas comerciais.

Ainda assim, investidores veem o movimento com cautela, apontando uma possível desconexão entre o mercado de crédito e os riscos macroeconômicos.

Segundo dados da ICE BofA, os spreads — diferença entre os rendimentos de títulos corporativos e os dos Treasuries — recuaram para 0,75 ponto percentual nos EUA e 0,76 na zona do euro. São os menores patamares desde 1998 e 2018, respectivamente.

O alívio veio após os Estados Unidos firmarem novos acordos com União Europeia e Japão, reduzindo temores de uma guerra comercial ampla. Esse cenário favoreceu os ativos de risco, com bolsas em alta histórica e captação recorde por empresas.

Otimismo exagerado diante de dados frágeis

Apesar do bom humor dos mercados, especialistas ouvidos pelo Financial Times alertam para um descompasso entre preços e fundamentos. Com os EUA impondo tarifas no maior nível desde os anos 1930 e os dados de emprego mostrando sinais de fraqueza, analistas veem risco de euforia infundada.

A divergência entre o mercado de crédito e o mercado de juros também chama atenção. Enquanto os spreads indicam tranquilidade, os contratos futuros precificam cinco cortes de 0,25 p.p. nos juros americanos até o fim de 2026, refletindo preocupação com uma desaceleração econômica.

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Segundo relatório do Goldman Sachs, os mercados de crédito “praticamente ignoraram” as divergências regionais nas perspectivas de crescimento, exibindo uma recuperação altamente correlacionada entre EUA e Europa.

Empresas aproveitam janela para captação

Mesmo com o cenário incerto, o apetite por captação segue forte. Empresas americanas emitiram US$ 910 bilhões em títulos com grau de investimento no primeiro semestre de 2025, o segundo maior volume da série histórica para o período.

O movimento ganhou força após os spreads se estreitarem no fim de 2024 com a expectativa de um “pouso suave” da economia. Embora os spreads tenham voltado a se alargar após o chamado “Dia da Libertação” — marco das tarifas anunciadas por Donald Trump — os sucessivos acordos comerciais amenizaram parte da tensão.



Fonte Infomoney

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