Petróleo sobe após ataque de Israel e chega perto de US$ 75/barril

Compartilhar:

Teerã, Irã, após ataque de Israel
Teerã, Irã, após ataque de Israel (foto Xinhua)

O dólar valorizou-se no final do pregão de sexta-feira. O índice do dólar, que mede a moeda estadunidense em relação a seis principais moedas, avançou 0,27%, para 98,184, às 19h GMT.

No final do pregão de Nova York, o euro caiu para US$ 1,1541, ante US$ 1,1578 na sessão anterior, e a libra esterlina recuou para US$ 1,3563, ante US$ 1,3596 dólar na sessão anterior.

No Brasil, o dólar ficou estável (alta de 0,01%), cotado a 5,543, após ensaiar uma alta no início do dia.

Espaço Publicitáriocnsegcnseg

David Fyfe, economista-chefe da consultoria Argus, especializada em petróleo e gás, analisou o comportamento do mercado após o ataque de Israel ao Irã: “Os contratos futuros do petróleo Brent subiram imediatamente para US$ 78,50 por barril, mas recuaram em seguida para aproximadamente US$ 74,50 ao meio-dia em Londres (8h em Brasília).

Passagem pelo Estreito de Ormuz ameaçada

“Um bloqueio no Estreito de Ormuz por parte do Irã seria, no entanto, a última cartada de um regime sob ameaça existencial. Não acreditamos que Teerã já esteja nesse estágio, embora uma ameaça remota de bloqueio seja suficiente para elevar os preços de energia, uma vez que aproximadamente um quinto da demanda global de petróleo é suprida por fluxos de petróleo bruto e produtos que transitam pelo Estreito de Ormuz”, explica Fyfe.

“Porém, 2,5 milhões de barris diários de petróleo bruto, condensado e produtos refinados exportados pelo próprio Irã são enviados para a Ásia principalmente via Estreito de Ormuz. Por que Teerã colocaria em risco sua principal fonte de receita? Em situações anteriores de tensão e conflito regional, ameaças de fechamento do Estreito de Ormuz foram feitas, mas, até o momento, não foram concretizadas.”

O especialista acredita que os preços do petróleo podem permanecer elevados (na faixa de US$ 75-85 por barril do tipo Brent) enquanto persistir a incerteza acerca da resposta militar do Irã e de qualquer retaliação subsequente por parte de Israel ou dos EUA.

“Na ausência de um bloqueio total do Estreito de Ormuz, outros produtores da Opep+ podem ser incentivados a aumentar a oferta para conter a tendência ascendente dos preços do petróleo. Assim, é possível que os preços se mantenham elevados por apenas algumas semanas ou meses, no máximo. Nesse caso, a Argus provavelmente retomaria a projeção anterior de US$ 65-70 para a cotação do barril do tipo Brent em 2025 e 2026”, afirma.

“Ataques contundentes à infraestrutura petrolífera regional ou um bloqueio total do Estreito de Ormuz poderiam levar o preço do petróleo para três dígitos (US$ 150 ou mais), mas esse quadro não é considerado altamente provável”, acredita Fyfe.

Preço do gás tem alta mais leve

Em relação ao gás natural liquefeito (GNL), ele explica que cerca de 65 milhões de toneladas de GNL transitam pelo Estreito de Ormuz, o que representa cerca de 15% do comércio global do produto. Nesta sexta-feira ao meio-dia em Londres, o gás ICE TTF estava em €38,50/MWh, ante €36 no fechamento de quinta-feira.

“A resposta do mercado de gás foi menos acentuada do que para o petróleo bruto, uma vez que o verão na Europa é a estação de menor demanda, ainda que a região precise restabelecer os estoques para o inverno”, analisa. “A demanda contida e a iminente entrada em operação de nova capacidade de GNL dos EUA provavelmente limitarão movimentos ascendentes nos preços do gás, a menos que ocorra um bloqueio total de Ormuz, o que, por ora, consideramos improvável.”

As ações dos EUA fecharam em baixa. O índice Dow Jones Industrial Average caiu 1,79%, para 42.197,79 pontos; o S&P 500 recuou 1,13%, para 5.976,97; e o índice Nasdaq Composite diminuiu 1,30%, para 19.406,83 pontos.

Siga o canal “Monitor Mercantil” no WhatsApp:cnsegcnseg



Fonte Monitor Mercantil

Artigos relacionados

Alloyal dobra de tamanho e ultrapassa R$ 1 bilhão em transações com programas de fidelidade

A Alloyal, startup especializada em soluções tecnológicas para programas de fidelidade, alcançou a marca de R$ 1 bilhão...

A outra batalha que Netanyahu pode ganhar | Pergunte aos dados

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu desencadeou a guerra contra o Irã em um momento paradoxal:...