A administração de Donald Trump vai realizar, neste sábado (14), uma grande parada militar em Washington para celebrar os 250 anos do Exército dos Estados Unidos, e entre os patrocinadores do evento estão, timidamente, as big techs. A ação é parte das comemorações do semiquincentenário da independência do país — que será completado oficialmente em 4 de julho de 2026. A organização do evento está a cargo da fundação America250, nomeada pelo Congresso para arrecadar fundos e organizar os eventos comemorativos.
Essas empresas foram citadas pela fundação como parte de um grupo de “compromissos corporativos históricos”, mas o comunicado não especifica quais delas estão diretamente envolvidas no financiamento da parada militar. Mesmo assim, a fundação afirmou que “muitos desses patrocinadores apoiarão a parada grandiosa em Washington”, sem dar mais detalhes.
Big techs não se posicionaram sobre apoio a Trump
A Coinbase foi a única a se pronunciar publicamente sobre o patrocínio. Durante a conferência Bitcoin 2025, o diretor de políticas da empresa, Faryar Shirzad, anunciou que a Coinbase é uma “patrocinadora principal” da iniciativa America250. Oracle, Amazon e Palantir não responderam aos pedidos da imprensa para confirmar se financiarão a parada ou se terão presença no evento.
As quatro empresas têm histórico de envolvimento com o Exército americano e com o próprio Trump. A Amazon possui contratos com as Forças Armadas, e Jeff Bezos doou US$ 1 milhão à cerimônia de posse de Trump em 2017. Larry Ellison, da Oracle, é amigo pessoal de Trump e também mantém negócios com o Departamento de Defesa. A Palantir se descreve como parte do “tecido conectivo” das operações do Exército e seu CEO, Alex Karp, é próximo do ex-presidente. A Coinbase também contribuiu com US$ 1 milhão para a posse de Trump e recentemente adicionou o ex-secretário do Exército Mark Esper ao seu conselho consultivo.
Além das empresas de tecnologia, a fundação America250 também anunciou parcerias com montadoras como Chrysler, Dodge, Jeep e Ram, além de marcas como Coca-Cola e Walmart. As automotivas participam de uma campanha nas redes sociais chamada “America Made Us”.
O nome da Meta apareceu no site da fundação como patrocinadora, mas foi removido após questionamentos do site The Verge. A empresa afirmou que não é patrocinadora no momento, embora tenha tido uma “relação histórica” com a America250. Em 2022, a Meta cancelou um contrato de US$ 10 milhões com a fundação, citando preocupações com má gestão de recursos e denúncias de comportamentos sexistas, conforme reportado pelo Wall Street Journal.
A parada deste sábado é a primeira de uma série de eventos previstos até 2026. A fundação America250 é co-presidida por Rosie Rios, ex-secretária do Tesouro dos EUA, e Chris LaCivita, ex-gerente de campanha de Trump. Os custos com a estrutura militar — como soldados, tanques e aeronaves — serão bancados com recursos públicos, enquanto os eventos paralelos e a logística contam com apoio privado.
A organização ainda não especificou como será usado o dinheiro de cada empresa nem o nível de influência dos patrocinadores sobre a programação. No entanto, analistas apontam que, caso alguma delas não quisesse se associar à parada militar, poderia ter aguardado para se envolver apenas nas celebrações de 2026.
Fonte Startupi