BNDES financia R$ 131,1 mi para usinas de CO₂ verde e biometano com foco em transição energética

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BNDES aprova R$ 131,1 milhões para dois empreendimentos da Gás Verde voltados à conversão de biogás em insumos energéticos e industriais. O aporte contempla a instalação da primeira planta nacional de purificação de dióxido de carbono verde, em Seropédica (RJ), e uma nova unidade de produção de biometano, em Igarassu (PE), ambas com financiamento parcial do Fundo Clima.

O projeto no Rio de Janeiro prevê o aproveitamento do CO₂ gerado como subproduto da produção de biometano a partir do biogás captado em aterro operado pela Ciclus Ambiental. Com capacidade para processar 100 toneladas por dia, o gás será purificado para uso comercial, especialmente nos setores de alimentos e bebidas. A operação deve começar em julho, com plena atividade prevista para o mês seguinte.

Em Pernambuco, a planta utilizará biogás proveniente do aterro Ecoparque para gerar até 45.600 metros cúbicos diários de biometano. Toda a extração atual do local, estimada em 4 mil metros cúbicos por hora, será redirecionada ao novo processo. A iniciativa contribui para a substituição de combustíveis fósseis e redução das emissões de metano.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressalta a importância dos empreendimentos: “Os dois projetos estão alinhados às ações do governo do presidente Lula para a mitigação das mudanças climáticas: enquanto um deles aproveita economicamente o gás carbônico, capturando o subproduto que seria emitido como rejeito, o outro garante a produção de gás renovável, evitando emissões de metano, que tem potencial de aquecimento 25 vezes maior que o do CO₂”.

Os recursos incluem R$ 89,3 milhões oriundos do Fundo Clima, instrumento vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e voltado ao financiamento de iniciativas de mitigação de impactos ambientais. Desses, R$ 17,1 milhões serão aplicados em Seropédica, e R$ 72,2 milhões em Igarassu. O investimento total nos dois locais será de R$ 141,5 milhões, considerando contrapartidas e outras fontes.

Segundo Marcel Jorand, CEO da Gás Verde, o financiamento representa um passo relevante na consolidação do biometano na matriz energética: “Num momento de emergência climática global, é fundamental contar com o apoio financeiro do BNDES, sendo um reconhecimento à contribuição do biometano para a transição energética brasileira”.

Além do impacto ambiental, os projetos devem gerar emprego e renda. Em Seropédica, são esperadas 60 vagas indiretas na fase de instalação e 10 diretas após o início da operação. Em Igarassu, a estimativa é de 60 postos temporários e 15 permanentes durante a operação regular.

A Gás Verde é a maior produtora de biometano da América Latina, operando em seis estados com 12 plantas em funcionamento. A produção média atual é de 160 mil metros cúbicos por dia, com projeção de atingir 650 mil até 2028. A empresa também oferece o BIORec, certificado ambiental ligado ao uso de resíduos sólidos urbanos como fonte energética, e fornece combustível para empresas de grande porte como Ambev, Nestlé, L’Oréal e Saint-Gobain.




Fonte Startupi

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