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De professor de matemática a trader, Renato Bertani compartilha sua jornada de perdas, aprendizados e viradas no mercado – e como encontrou no Wyckoff e no Smart Money Concept a leitura que fez sentido para seu perfil operacional.
Renato Bertani foi o convidado do episódio 9 da terceira temporada de Mapa Mental, no canal GainCast. Para ele, o mercado financeiro nunca foi apenas sobre gráficos e números. “O mercado financeiro parece ser matemático, mas ele é muito mais biológico”, resume.
Formado em matemática, ex-professor de cursinho e apaixonado por lógica desde a infância, Bertani construiu uma visão crítica e profunda sobre o funcionamento do day trade – e encontrou em Richard Wyckoff e no Smart Money Concept (SMC) as ferramentas que deram clareza às manipulações que, para ele, comandam o mercado.

Curiosidade
Nascido em Botucatu (SP), Bertani sempre foi movido por uma curiosidade insaciável. Desde criança, questionava tudo. Vindo de família humilde, deu aulas de matemática por mais de uma década, até perceber que o modelo educacional não oferecia perspectivas financeiras sustentáveis. “As empresas têm o professor como um custo e os alunos como clientes. Eu não queria estar num cenário de dificuldade”, conta.
Iniciou empreendendo em diferentes áreas – locação de contêineres, loja de decoração, franquia de recuperação tributária – até cruzar de fato com o mercado em 2016. Na época, precisou vender ações para levantar dinheiro. “Vendi na abertura, o mercado só caiu. Fiz um baita trade. No outro dia, fiz a mesma coisa. Achei o meu nicho de negócio”, conta.
Mas o entusiasmo durou pouco. “Foi loss, loss, loss (perda) o tempo todo. Uma consistência bem bacana…”, ironiza.
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Sua formação matemática foi útil, mas também traiçoeira. Bertani acreditava que o mercado era uma equação. “Eixo X, eixo Y, barrinha subindo, barrinha descendo… cara, não tem erro. Média? Fiz média a vida inteira”, explica. Mas logo descobriu que lógica e racionalidade não bastam.
Depois de frustrar-se com a análise técnica tradicional e até com o Price Action, encontrou em Wyckoff e no SMC uma abordagem mais alinhada ao seu pensamento. “A análise técnica me entregava uma probabilidade, mas não o porquê. Não é possível que o cara que está lá em Nova York esteja esperando aparecer um padrão gráfico para operar”, diz.
Segundo ele, Wyckoff ofereceu a explicação que buscava: “O mercado financeiro é um mar de engolir sardinhas. Eles manipulam os preços, jogam euforia, lançam medo. E quando o Wyckoff veio, eu entendi: opa, aí tem o jogo por detrás do jogo”.
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Métodos
Bertani é didático ao explicar o que diferencia os dois métodos. “O Wyckoff constrói a causa. O Smart Money busca a liquidez”, diz. Enquanto Wyckoff foca no comportamento dos grandes players e nas leis de causa e efeito, esforço e resultado, o SMC trata da movimentação programada e moderna dos algoritmos. “O SMC nada mais é do que uma derivação de uma das leis de Wyckoff pro mundo moderno”, afirma.
Ele reforça que, embora seja possível operar apenas com um dos métodos, a combinação dos dois amplia as chances de acerto. “É possível viver só de Wyckoff, é possível viver só de SMC. Mas quando você junta as duas coisas, elas se complementam. Para o day trade, é fantástico”, diz.
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Na prática, essa combinação permite operar com stops muito curtos e alvos longos, otimizando a relação risco-retorno. “Hoje mesmo pegamos uma operação na sala que pagou 10 vezes o risco. E o alvo era 20. Só não pegou porque fizemos gerenciamento de risco e protegemos no 10”, conta. Bertani destaca que o verdadeiro ganho está em surfar o movimento inteiro. “Não quero simplesmente estar certo. Eu tenho que levar onde realmente está o movimento”, ressalta.
Taxa de acerto?
Bertani é enfático ao dizer que payoff é mais importante que taxa de acerto. “Hoje, meu índice de acerto beira 45%. Nos meses ruins, 38%, 40%. Mas o payoff… pego operações de no mínimo três vezes o risco”, afirma.
Ele acredita que muitos traders erram por tentar apenas “estar certos”. “As pessoas querem tirar o risco porque têm medo de estar erradas. Quando você está certo, quer colocar no bolso. Quando está errado, alonga o stop. Isso quebra a conta”, destaca.
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Treino como atleta
Embora admire a frieza de alguns traders, Bertani não acredita em neutralidade emocional total. Para ele, o autoconhecimento é a chave. “O mercado é de altíssima performance. Um pequeno desvio dá uma grande repercussão negativa.” E complementa: “O trader tem que se comportar como um atleta de elite. A frieza vem da repetição”.
Ao seu modo, Renato Bertani encontrou um caminho que mistura lógica, psicologia e leitura de mercado com uma pitada de ceticismo. “Não quero simplesmente estar certo. Quero levar onde realmente está o movimento”, conclui.
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FonteCâmara dos Deputados