
Nesta terça-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que os EUA vão cobrar tarifas de 104% sobre os produtos chineses a partir desta quarta-feira. “As novas taxas entrarão em vigor à meia-noite de hoje. Então, efetivamente amanhã (9)”.
Minutos antes, a secretária havia criticado o governo chinês por não recuar e aceitar uma negociação com os EUA.
“Países como a China, que escolhem retaliar e tentam redobrar os maus-tratos aos trabalhadores americanos, estão cometendo um erro. O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço e não vai quebrar. A América não vai quebrar sob sua liderança. Ele é guiado por uma firme convicção de que a América deve ser capaz de produzir bens essenciais para o nosso próprio povo e exportá-los para o mundo”, disse Leavitt.
Ontem, Trump já havia ameaçado impor tarifas adicionais sobre todas as importações da China caso Pequim não recuasse da decisão de impor tarifas recíprocas contra Washington.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os EUA imporão tarifas adicionais à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, disse o americano em rede social.
O movimento se dá em meio ao agravamento da crise interna no governo norte-americano. O bilionário Elon Musk, assessor informal de Trump, chamou de “imbecil”, nesta terça-feira, o assessor do presidente para o comércio, Peter Navarro, considerado o ideólogo da política tarifária implantada pela administração norte-americana.
O homem mais rico do mundo reagiu a uma declaração de Navarro, que disse à NBC que Elon Musk é um “montador de carros” que quer “peças estrangeiras baratas” para fabricar seus carros. Musk disse que a Tesla é a marca de carros mais fabricada nos EUA. “Navarro é mais burro do que um saco de tijolos”, acrescentou.
A porta-voz da Casa Branca minimizou a crise: “Meninos serão meninos, e deixaremos que o confronto público deles continue”, disse.
Leavitt enfatizou em uma coletiva de imprensa que o presidente Trump “leva em conta todas as opiniões” e, em última análise, toma decisões “com base nos melhores interesses do povo norte-americano”.
Na Itália, a primeira-ministra Giorgia Meloni viajará para os EUA na próxima semana para se reunir com Trump e discutir as políticas tarifárias recentemente impostas por Washington, que inicialmente fizeram com que as Bolsas de Valores do mundo inteiro despencassem.
Meloni confirmou que partirá para Washington na quinta-feira da próxima semana, 17 de abril.
A chefe do governo italiano realizou uma reunião no Palazzo Chigi – a sede do governo italiano – após a qual ela disse que a decisão de Trump de impor tarifas entre 10% e 49% sobre as importações da maioria dos países do mundo é uma medida “absolutamente errada”.
“As economias dos países ocidentais estão fortemente interconectadas, e essas políticas protecionistas incisivas acabarão prejudicando tanto a Europa quanto os EUA”, disse Meloni, que destacou que essas políticas “correm o risco de impactar as cadeias de suprimentos”.
Sobre a resposta da União Europeia às medidas de Trump, Meloni destacou que, se Bruxelas tivesse optado por uma escalada de tarifas, a Itália “não a teria apoiado”. Assim, ele afirmou que esse contexto econômico deveria servir para que o bloco da UE “eliminasse as tarifas que impôs a si mesmo”.
“Há outra questão importante que a Europa deve inevitavelmente enfrentar, que é a proteção do mercado interno. É necessário evitar que a superprodução da China e de outros países, especialmente os asiáticos, afetados pelas tarifas dos EUA, afete nosso mercado interno”, disse Meloni, de acordo com a Rai.
Embora vários países tenham se mostrado dispostos a renegociar as políticas tarifárias com os EUA após a decisão de Trump de aumentar as tarifas, a Casa Branca enfatizou nesta terça-feira que os aumentos tarifários serão mantidos durante possíveis negociações comerciais.
Com informações da Agência Brasil e da Europa Press
Matéria atualizada às 19h10 para incluir a crise interna no Governo dos EUA
Fonte Monitor Mercantil