O dólar à vista chegou a avançar mais de 1% ante o real nesta terça-feira, ampliando os ganhos da véspera e na contramão do exterior, com os investidores reagindo a dados que mostraram aceleração da inflação no Brasil e a novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 subia 0,68%, a R$5,812 reais na venda. Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,42%, a R$5,7546. A sessão desta terça-feira começou com os investidores analisando dados para o IPCA-15 de fevereiro, com o IBGE informando que o índice — considerado uma prévia da inflação oficial — teve alta mensal de 1,23%, acelerando em relação ao avanço de 0,11% em janeiro. Em 12 meses, o IPCA-15 registrou ganho de 4,96% em fevereiro, de alta de 4,5% no mês anterior. Economistas consultados pela Reuters esperavam altas de 1,33% e 5,08% nas bases mensal e anual, respectivamente. Apesar do resultado abaixo do esperado, os números do IPCA-15 sustentam uma percepção do mercado sobre o descontrole dos preços no Brasil, com a inflação acima do teto da meta perseguida pelo Banco Central — centro de 3% e margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Nesse cenário, que ainda conta com desconfiança por parte do mercado nos esforços do governo em controlar as contas públicas, a moeda norte-americana subia no Brasil, impulsionada por um movimento de fuga de risco. (Reuters)
Fonte Infomoney