Centenas de milhares de pessoas em toda a Itália realizaram uma greve geral nacional na sexta-feira, após forças navais israelenses interceptarem uma flotilha internacional que transportava ajuda humanitária para Gaza. A greve, convocada pelos sindicatos CGIL e USB, junto com vários grupos menores, interrompeu os serviços públicos e privados.
Os serviços de transporte foram afetados em grandes cidades, incluindo Roma, Milão, Gênova, Catânia e Nápoles. Trabalhadores portuários do porto de Gênova, na Itália, bloquearam a passagem do navio saudita Yanbu, carregado com equipamento militar e a caminho de “Israel”, depois que ele deixou os Estados Unidos com destino ao porto italiano.
Segundo a Arresala News Notícias, um relatório local afirmou que aproximadamente 40 funcionários do porto abordaram o navio e o cercaram, enquanto as autoridades portuárias se comprometeram a estabelecer um mecanismo de monitoramento permanente para investigar o contrabando de armas. O chefe do Sindicato Independente dos Estivadores Italianos disse que manusear esses navios torna os funcionários cúmplices de crimes de guerra e genocídio contra civis em Gaza.
Profissionais de saúde, servidores públicos, professores, funcionários universitários e jornalistas, incluindo funcionários da emissora estatal RAI, também aderiram à greve. Mais de 200 mil pessoas se manifestaram na região da Emília-Romanha “para protestar contra o bloqueio da Flotilha Global Sumud e para pedir o fim do genocídio em Gaza e o apagamento do povo palestino pelo governo Netanyahu”, informou a filial regional do sindicato CGIL ao principal jornal italiano, La Repubblica.

Segundo a agência Xinhua, cerca de 40 italianos estavam entre os que estavam a bordo da Flotilha Global Sumud, um comboio de cerca de 50 embarcações civis transportando quase 500 ativistas de mais de 40 países. Autoridades israelenses disseram que todos a bordo foram detidos e serão expulsos e repatriados.
Os organizadores disseram que a flotilha buscava romper o bloqueio naval israelense a Gaza e entregar alimentos e suprimentos médicos aos civis no enclave, onde as Nações Unidas confirmaram a situação de fome após dois anos de conflito.

Fonte Monitor Mercantil