As embarcações dos ativistas capturados por Israel, quando atravessavam o mar Mediterrâneo a bordo de barcos da Flotilha da Liberdade, começaram a ser escoltados na manhã desta quinta-feira (2) para o Porto de Asdode, entre a Faixa de Gaza e a cidade israelense de Tel Aviv.
Pelo menos 10 brasileiros e um argentino que mora no Brasil estão entre os ativistas capturados. Ao todo, são 17 brasileiros, entre as mais de 500 pessoas de diferentes países que levavam alimentos, água potável, medicamentos e brinquedos. Ainda não há informações confirmadas sobre os demais. Entre os capturados há a ambientalista sueca Greta Thunberg e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
Imagens transmitidas das embarcações mostram a abordagem dos soldados de Israel. Em uma delas, o ativista brasileiro Thiago Ávila argumenta que a ação de Israel é ilegal. Lara Souza, esposa de Thiago, confirmou a situação do marido.
“O governo brasileiro já foi acionado, já tá acompanhando o caso do Tiago e dos outros brasileiros que foram interceptados essa noite e eles receberam a informação de que eles só poderão ter contato com eles na sexta-feira. E até lá, nós não temos nenhuma forma de contatá-los, nenhuma forma de ter notícias, nenhuma forma de saber como eles estão, nem a certeza de para onde eles serão levados”, conta.
Nesta quinta-feira das mais de 40 embarcações que seguiam em humanitária com a intenção de furar o bloqueio da faixa de Gaza, quatro seguiam navegando. Todas as demais, segundo os organizadores da flotilha, ou foram interceptadas pelas forças de Israel ou estão presumidamente interceptadas. A maioria há menos de 100 km da faixa de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que a sua marinha entrou em contato com a flotilha para avisar que ela estava se aproximando de uma zona de combate e pediu que eles mudassem o curso.
Israel informou que os barcos foram abordados com segurança e que os passageiros estão sendo transferidos para um porto israelense. O presidente da Câmara Hugo Mota disse estar em contato com o ministro embaixador Mauro Vieira para que os brasileiros recebam proteção consular. O Ministério de Relações Exteriores do Brasil disse que o governo acompanha com preocupação a situação. A nota reforça o princípio da liberdade da navegação em águas internacionais e ressalta o caráter pacífico da flotilha.
O governo brasileiro deplora a ação militar de Israel que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em pacífica. A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as autoridades israelenses para prestar a assistência seguindo a Convenção de Viena.
*Com informações da Agência Brasil
Fonte Agência Brasil