O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirma que deve impor tarifas sobre produtos farmacêuticos até o fim de julho e que taxas sobre semicondutores podem vir na sequência. As medidas devem coincidir com a aplicação de tarifas “recíprocas” mais amplas, programadas para entrar em vigor em 1º de agosto.
“Provavelmente no final do mês. Vamos começar com uma tarifa baixa e dar cerca de um ano para as farmacêuticas construírem capacidade nos EUA. Depois, aplicaremos uma tarifa muito alta”, disse Trump a jornalistas nesta terça-feira (15), ao retornar a Washington após uma cúpula de inteligência artificial em Pittsburgh.
Trump também afirma que as tarifas sobre semicondutores devem seguir um cronograma “semelhante” e que o processo seria “menos complicado” de implementar.

No início do mês, Trump já havia anunciado planos para uma tarifa de 50% sobre o cobre e disse que as tarifas sobre medicamentos podem chegar a 200% após o período de transição. O governo abriu investigações com base na Seção 232 da Lei de Expansão Comercial de 1962, alegando que a dependência de importações de remédios ameaça a segurança nacional.
As medidas devem atingir gigantes do setor como Eli Lilly, Merck e Pfizer, que mantêm produção fora dos EUA, e podem pressionar os preços para os consumidores americanos. Já as tarifas sobre chips podem afetar não apenas semicondutores, mas também produtos como laptops e smartphones da Apple e da Samsung.
A ofensiva ocorre enquanto Trump envia cartas a parceiros comerciais estabelecendo tarifas unilateralmente, ainda que mantenha algumas negociações. Nesta terça, o presidente anunciou um acordo com a Indonésia, reduzindo de 32% para 19% uma tarifa previamente estipulada. Em contrapartida, a Indonésia se comprometeu a comprar US$ 15 bilhões em energia americana, US$ 4,5 bilhões em produtos agrícolas e 50 jatos da Boeing.
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Trump prevê fechar “dois ou três” acordos comerciais antes de 1º de agosto, citando a Índia como uma das negociações mais avançadas. O presidente diz manter conversas “substanciais” com até seis países, mas ressalta que prefere definir as tarifas diretamente em vez de firmar acordos demorados.
“Eu diria Índia, e temos alguns outros. Mas, para ser honesto, estou muito satisfeito com as cartas”, afirmou.
Ele também sinaliza uma tarifa padrão de “pouco mais de 10%” para países menores que não receberem taxas específicas.
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Mais cedo, Trump informou que representantes da União Europeia — que enfrenta uma tarifa de 30% — devem se reunir com autoridades americanas nesta semana. Segundo ele, alguns países, como Coreia do Sul, mostraram disposição para negociar após as ameaças, enquanto outros, como o Japão, não.
Trump também minimizou preocupações sobre sua ameaça de impor “tarifas secundárias” a parceiros comerciais da Rússia caso Moscou não aceite um cessar-fogo com a Ucrânia. “Não acho que isso vá impactar os americanos. Acho que toda essa questão vai desaparecer”, disse.
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Fonte infomoney