De uma estreia com salto de mais de 400% no pregão do dia 12 de junho até uma derrocada de mais de 60% nesta terça-feira (15), os papéis GOLL54 da aérea Gol têm dado fortes emoções aos seus investidores em pouco mais de um mês.
A empresa, recém-saída de uma recuperação judicial nos EUA, chegou a figurar após a estreia de seus novos ativos como uma das mais valiosas da Bolsa, com um valor de mercado de R$ 240 bilhões e a ação a valor unitário de R$ 230. Contudo, passou para um valor unitário de menos de R$ 10 (mais precisamente, R$ 9,60) em poucas semanas, tendo uma queda de 37,93% na segunda e de 61% na reta final do pregão desta terça.
O movimento acontece por conta do fim do prazo para investidores exercerem seus direitos de subscrição na empresa.
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Até a última segunda, quem contava com uma posição acionária na companhia aérea em 11 de junho precisava decidir se subscreveria (compraria) novas ações. A possibilidade aconteceu porque a empresa passou por um aumento de capital de R$ 12 bilhões, que envolveu a emissão de 8,1 trilhões de ações ordinárias (a R$ 0,00029 por ação) e 968 bilhões de ações preferenciais (a R$ 0,01 por ação).
O BTG Pactual apontou que, se o investidor não subscrevesse, a diluição acionária seria da ordem de 99,8%.
Cabe ressaltar que os papéis passaram a ser negociados com um novo fator de cotação (R$ por 1.000 ações) na B3. Além disso, passaram a operar com um novo lote padrão (1.000 ações), além dos novos códigos de negociação. Ou seja, como o ativo negocia em lotes de mil ações, acaba se fazendo necessário dividir o seu preço de tela por 1 mil. Assim, a cotação da ação agora indica que, na verdade, o papel negocia na casa dos R$ 0,009.
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O BTG recomendava a venda dos direitos de subscrição, ressaltando que a alavancagem da Gol permanecerá elevada, em 5,4 vezes, considerando o múltiplo de valor da empresa (EV) sobre o Ebitda (lucro antes dos juros, tributos, depreciação e amortização).
Existem ainda as sobras de subscrição, eradas quando nem todos os investidores exercem o direito de subscrição durante o período pré-determinado.
Se o investidor optar por subscrever, o ativo terá um novo ticker na carteira: o GOLL10, que representa o recibo de subscrição, comprovando a intenção manifesta do investidor de comprar novas ações.
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Os recibos podem ser negociados no mercado à vista da Bolsa brasileira até serem convertidos em ações.
(com Estadão Conteúdo)
Fonte Infomoney