Atual diretor atuou para inviabilizar investigação da Abin paralela, afirma PF | Política

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A Polícia Federal (PF) afirmou que o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, atuou para “inviabilizar” a investigação que ficou conhecida como “Abin paralela”.

A informação consta no relatório final do caso que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O sigilo do documento foi retirado nesta quarta-feira (18), por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Corrêa está entre os 36 indiciados pela PF no âmbito da investigação sobre o uso indevido da estrutura da agência. A lista inclui o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem.

Segundo a PF, Corrêa e outros integrantes da cúpula do órgão faziam parte do “núcleo do embaraçamento” e “atuaram para inviabilizar a presente investigação, classificando-a como de cunho político, de perseguição, encaminhando informações inidôneas, retardando informações, influenciando servidores e dedicando esforços para que não houvesse investigação pela Polícia Federal”.

Além disso, os investigadores apontaram que o grupo preparou um dossiê contra a então corregedora da Abin Lidiane Souza dos Santos, para que ela deixasse o cargo. Segundo a PF, ela atuava para que os fatos fossem efetivamente apurados e, em retaliação, “foi vítima de assédio moral, perseguição e, por fim, alvo de dossiê”.

O documento teria sido “confeccionado e apresentado” por José Fernando Chuy, que foi indicado em setembro do ano passado para suceder Lidiane no cargo e “promover uma intervenção na unidade”.

A PF disse ainda que Corrêa, em uma das suas primeiras ações, tentou “minimizar o escândalo do uso clandestino da ferramenta First Mile”. Em uma reunião, ele afirmou que “a montanha vai parir um rato”.

De acordo com a investigação, o objetivo era proteger Paulo Maurício Fortunato Pinto, “um dos principais responsáveis pela degradação da Abin”. Ele é apontado como “figura central” na gestão do software espião, ainda durante a gestão de Alexandre Ramagem, e posteriormente foi nomeado secretário de Corrêa.

A Abin foi procurada para comentar o teor do relatório da PF, mas ainda não se manifestou.



Fonte Agência Brasil

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