Taxas dos DIs sobem com fortalecimento do dólar em meio a conflito no Oriente Médio

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O fortalecimento do dólar ante o real durante a tarde desta terça-feira deu suporte ao avanço das taxas dos DIs, com investidores reagindo aos desdobramentos do conflito entre Israel e Irã no Oriente Médio e esperando pela “superquarta” de decisões sobre juros no Brasil e nos EUA.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 estava em 14,865%, ante o ajuste de 14,861% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2027 marcava 14,235%, em alta de 6 pontos-base ante o ajuste de 14,171%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,67%, ante 13,598% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,74%, em alta de 7 pontos-base ante 13,67%.

No início do dia as taxas demonstraram certa acomodação e chegaram a ceder em alguns vértices da curva, enquanto o dólar oscilava em margens estreitas ante o real. No início da tarde, com a moeda norte-americana ganhando um pouco mais de força, as taxas dos DIs também aceleraram, se firmando em alta ao longo da curva.

“Um ruído adicional na questão entre Israel e Irã, no sentido de que os Estados Unidos podem entrar na guerra, fortaleceu o dólar na margem, e isso foi sentido no mercado de juros”, comentou durante a tarde Getulio Ost, superintendente de Renda Fixa da SulAmérica Investimentos.

“E a liquidez também está menor, com investidores à espera da ‘superquarta’”, acrescentou.

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Durante a sessão surgiram notícias sobre o conflito no Oriente Médio que reforçaram a cautela dos investidores e, em diferentes momentos, impactaram os ativos.

Da parte dos EUA, o presidente Donald Trump pediu uma “rendição incondicional” do Irã e disse que o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, não seria morto “pelo menos por enquanto”.

Já Israel atingiu dezenas de alvos ligados aos programas nucleares e de mísseis balísticos do Irã e lançou uma guerra cibernética maciça sobre o país. O Irã seguia com ataques aéreos contra Israel.

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Neste cenário, com o dólar registrando leves altas ante o real, a taxa do DI para janeiro de 2029 atingiu a máxima de 13,590% às 15h42, em alta de 14 pontos-base ante o ajuste da véspera.

Deste ponto até o encerramento da sessão regular, as taxas desaceleraram um pouco, mas ainda se mantiveram em alta. O movimento esteve na contramão do recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior, que cediam em meio à busca pela segurança dos títulos norte-americanos em um cenário de incerteza com os rumos do conflito no Oriente Médio.

As operações também eram feitas sob a expectativa das decisões sobre juros do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, ambas na quarta-feira.

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Enquanto os Fed Funds precificavam nesta terça-feira quase 100% de probabilidade de manutenção dos juros nos EUA na faixa de 4,25% a 4,50%, conforme a Ferramenta CME FedWatch, os ativos no Brasil seguiam demonstrando uma divisão sobre o que o BC fará com a Selic, hoje em 14,75% ao ano.

Na segunda-feira — atualização mais recente — a precificação das opções de Copom negociadas na B3 indicava 61,00% de chances de alta adicional de 25 pontos-base da Selic, contra 37,50% de probabilidade de manutenção. Na sexta-feira, os percentuais eram de 56,50% e 42,00%, respectivamente.

“Nós ficamos mais no time dos economistas da Focus, que dão chances maiores de manutenção”, comentou Ost, da SulAmérica, em referência ao boletim Focus do BC, cuja mediana das projeções indica permanência da Selic em 14,75% até o fim do ano. “Mas a gente prefere estar mais leve de riscos neste momento, porque o cenário é muito dividido”, acrescentou.

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Na outra ponta, em relatório desta terça-feira o HSBC manteve a previsão de alta de 25 pontos-base da Selic, para 15,00%, embora reconheça que ambas as opções estejam sobre a mesa.

No exterior, às 16h46, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — caía 6 pontos-base, a 4,389%.



FonteCâmara dos Deputados

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