O JPMorgan visitou nesta semana, junto com investidores, a fábrica de aviação comercial da Embraer (EMBJ3) em São José dos Campos (SP), saindo do encontro com confiança renovada em sua recomendação de compra.
Isso considerando o foco da administração na eficiência, a dinâmica favorável do mercado de aviação e as vantagens competitivas do E2 em relação ao A220 da Airbus.
“Como exemplo da atividade de campanha de vendas da Embraer, durante nossa visita, encontramos uma delegação da Índia acompanhada pelo CEO da Embraer para Aviação Comercial, Arjan Meijer, o que consideramos um sinal positivo para potenciais novos pedidos”, aponta a equipe de análise. O preço-alvo é de R$ 108 para os ativos EMBJ3, um potencial de alta de 27,5% em relação ao fechamento da véspera.
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Durante a visita, o JPMorgan também apontou que: i) a Embraer está no caminho certo para atingir sua meta de entregas no segmento de aviação comercial, estabelecida em 77 a 85 aeronaves; ii) a empresa mantém uma perspectiva positiva em relação a novas vendas antes do final do ano; e iii) o segmento de Defesa foi um destaque positivo durante o Dubai Airshow em meados de novembro (novos clientes potenciais interessados na aeronave).
Além disso, a Embraer aproveitou 15 anos de conhecimento do E-Jet para desenvolver a nova família (E190-E2 e E195-E2), avalia o JPMorgan. As principais melhorias em relação ao E1 incluem eficiência do motor, asas mais aerodinâmicas e fly-by-wire (sistema de controle por cabo elétrico). Em comparação com o A220, o trem de pouso da família E2 requer custos de revisão 10% menores. Além disso, as aeronaves E2 requerem apenas 2 visitas ao hangar em 10 anos, contra 3 ou mais dos concorrentes.
De acordo com a simulação da empresa, o E195-E2 gera 1% menos receita por viagem, mas tem um custo por viagem 7% menor, resultando em um lucro por viagem 28% maior. A receita por assento é 4% maior, com o custo por assento sendo 3% menor, resultando em um lucro por assento 24% maior.
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Já a frota E-Jets abrange 1.700 jatos em operação em mais de 55 países, sendo operados por mais de 80 companhias aéreas (20 apenas para o E2). A Embraer detém uma participação de mercado de 29% em termos de entregas de aeronaves de pequeno porte (até 150 assentos) desde 2004, contra 20% da Airbus e 21% da Bombardier (C-Series/A-220 contabilizados como Airbus).
Ainda no radar dos investidores, outras notícias recentes impulsionaram as ações.
A Embraer formalizou cinco acordos com a polonesa Polska Grupa Zbrojeniowa (PGZ) e suas subsidiárias (WZL-1, WZL-2, WSK PZL-Kalisz e WBCKT), estabelecendo uma estrutura para colaboração de longo prazo em defesa e aeroespacial. A parceria abrange serviços de MRO (Manutenção, Reparo e Revisão), suporte operacional, fabricação de componentes, soluções para a cadeia de suprimentos e projeto e teste de produtos aeroespaciais, incluindo a manutenção do KC-390 Millennium. A iniciativa visa expandir a presença industrial da Embraer na Polônia e fomentar a cooperação tecnológica e econômica.
O Bradesco BBI, que também tem recomendação equivalente à compra para os ativos, ressalta que mais uma aliança estratégica fortalece a presença da Embraer na área de defesa europeia, o que pode levar a novos pedidos para o KC-390.
Fonte Infomoney