Lideranças do Mercosul repercutem assinatura do acordo com UE

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José Roberto Tadros (foto divulgação CNC)

A diversificação dos novos mercados no comércio internacional é fator-chave apontado por representantes comerciais de países da América Latina para o avanço no acordo entre Mercosul e União Europeia (UE), em busca de desenvolvimento econômico. Nesta quinta-feira (6), a V Conferência Internacional de Comércio e Serviços do Mercosul (CI25), organizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), reuniu vozes e expectativas de nove nações interessadas no desenvolvimento do comércio exterior sul-americano.

“Estamos caminhando em busca do desenvolvimento através da compreensão, do diálogo e da negociação, evitando sempre os conflitos”, ponderou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac e anfitrião da CI25, José Roberto Tadros, pedindo união entre os vizinhos continentais para potencializar as conexões aos novos parceiros europeus: “As tradições latinas, ibéricas e norte-americanas precisam dialogar entre si para encontrarmos soluções e o pleno potencial destas relações internacionais”.

O presidente da Câmara Argentina de Comércio e Serviços (CAC), Natalio Grinman, ressaltou a grandeza e importância do bloco sul-americano, encorajando o fortalecimento das relações bilaterais com o europeu. “A aproximação da União Europeia com o Mercosul é importante, gera muita expectativa. Não tenho dúvida de que vai mudar nossa realidade. Passaremos de um público consumidor de 275 milhões de habitantes para 700 milhões, é algo grandioso”, celebrou, na mesma direção do compatriota Guillermo Daniel Raimondi, embaixador da Argentina no Brasil: “Trata-se de uma associação estratégica integral, um acordo de civilizações”.

Já o representante Chileno, José Pakomio Torres, presidente da Câmara Nacional de Comércio e Serviços do Chile (CNC Chile), país que já tem seu próprio acordo com os europeus e incentiva os aliados do Mercosul, apontou o desafio de regulamentações em busca do melhor aproveitamento das oportunidades que a União Europeia trará:

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“Que nos identifiquemos neste Mercosul que parece imperfeito, mas que é uma oportunidade de aperfeiçoar para beneficiar social e economicamente nossos países, pois somos responsáveis pelo crescimento de nossos países”.

Para a vice-presidente da Câmara de Comércio e Serviços do Uruguai (CCSUy), Anabela Aldaz, eventos como o CI são fundamentais para a aproximação dos participantes do bloco, a fim de alinharem esforços na direção das conquistas pretendidas: “Acredito que o setor privado tem um chamado que não pode ignorar. Somos líderes nacionais que representam empresas pequenas, médias e grandes que precisam deste tipo de instituição como o Mercosul. Ele precisa se fortalecer com conexões como o evento que estamos hoje, pois abrir novos mercados é parte de nosso trabalho”.

Nova etapa

Na quarta-feira (5), após reunião do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na COP30, em Belém do Pará, ficou determinado que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia seja assinado no próximo encontro de cúpula do Mercosul, marcado para o dia 20 de dezembro, no Rio de Janeiro.

“As negociações nunca foram fáceis, mas temos a certeza de que estamos chegando a um momento de conclusão delas. É um acordo com grande valor geopolítico, com muitas possibilidades de desenvolvimento, e que achamos que, para o Mercosul, pode ser estruturante pela institucionalidade que o acordo trará, com possibilidades de diálogos em áreas importantes do comércio”, comentou o conselheiro de Comércio e Agricultura da Delegação da União Europeia no Brasil, Damian Vicente Lluna Taberner, em sua manifestação na CI25, nesta quinta (6).

O evento reuniu lideranças comerciais de Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e Bolívia, por parte do Mercosul, além de Taberner, em nome da União Europeia, e de representantes do Líbano, Suíça e Canadá, parceiros estratégicos no comércio internacional sul-americano.

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Fonte Monitor Mercantil

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