A Amazon anunciou nesta terça-feira, 28, que cortará cerca de 14 mil postos de trabalho corporativos em meio ao crescimento dos gastos com inteligência artificial. A empresa não informou em quais regiões do mundo os cortes ocorrerão, mas afirmou que será uma “redução global”.
“As reduções que anunciamos hoje são uma continuidade dos esforços para nos fortalecer ainda mais ao reduzir a burocracia, eliminar camadas e realocar recursos para garantir que estamos investindo em nossas maiores apostas”, afirmou a vice-presidente sênior de Recursos Humanos e Tecnologia da Amazon, Beth Galetti, em um comunicado.
“Embora isso inclua cortes em algumas áreas e contratações em outras, significará uma redução geral de aproximadamente 14 mil vagas em nossa força de trabalho corporativa”, disse.

Amazon cortará 14 mil postos de trabalho corporativos. Foto: SUNDRY PHOTOGRAPHY/Adobe Stock
Os funcionários afetados serão notificados ainda nesta terça-feira. A maioria terá até 90 dias para procurar por uma nova posição na empresa. “Nossas equipes de recrutamento priorizarão candidatos internos para ajudar o maior número possível de pessoas a encontrar novas vagas na Amazon”, afirmou Beth.
Aqueles que não conseguirem se realocar ou não desejarem ocupar uma nova função terão suporte para a transição, incluindo indenização por rescisão contratual, serviços de recolocação e benefícios de plano de saúde.
A Amazon tem cerca de 350 mil funcionários corporativos e os cortes anunciados representam uma redução de cerca de 4%. Esse será o maior corte de postos de trabalho desde 2023, quando a empresa cortou 27 mil empregos.
Beth não informou quais cargos seriam afetados, mas garantiu que as equipes dos armazéns não serão impactadas, a princípio. A imprensa americana prevê que os cortes devem atingir funções de apoio ou estratégicas, como recursos humanos e publicidade.
“Esta geração de IA é a tecnologia mais transformadora que já vimos desde a internet e está permitindo que as empresas inovem muito mais rápido do que nunca”, disse. “Estamos convictos de que precisamos nos organizar de forma mais enxuta, com menos camadas e mais responsabilidade, para avançar o mais rápido possível para nossos clientes e negócios.”
O CEO da Amazon, Andy Jassy, afirmou em junho que previa que a IA generativa reduziria a força de trabalho corporativa da empresa nos próximos anos. Na época, ele disse que a companhia tinha mais de mil serviços e aplicativos de IA generativa em andamento ou em desenvolvimento e que esse número era uma “pequena fração” do que planejava desenvolver.
Jassy também estimulou os funcionários da Amazon a aderirem aos planos de IA da empresa, após anunciar o investimento de US$ 10 bilhões na construção de um campus na Carolina do Norte para expandir sua infraestrutura de computação em nuvem e IA.
“Se você acredita que sua missão é tornar a vida dos clientes mais fácil e melhor a cada dia, e acredita que a experiência de cada cliente será reinventada com a IA, você investirá agressivamente em IA, e é isso que estamos fazendo”, afirmou Jassy.
O diretor administrativo da GlobalData, Neil Saunders, disse em um comunicado que as demissões “representam uma limpeza profunda na força de trabalho corporativa da Amazon”. “Ao contrário das demissões da Target, a Amazon está operando em uma posição de força”, disse ele. “A empresa tem apresentado bom crescimento e ainda tem muito espaço para expansão nos Estados Unidos e no exterior.”
“A empresa precisa agir se quiser continuar com um bom desempenho nos resultados financeiros. Isso é especialmente importante considerando o volume de investimentos que está fazendo em áreas como logística e IA. De certa forma, este é um ponto de inflexão, afastando o capital humano da infraestrutura tecnológica”, disse ele./Com informações da AP
Fonte ONU