O universo dos negócios e a diplomacia podem juntos tornar a COP-30 um marco

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A menos de um mês da COP-30, os contornos da Conferência começam a se delinear. Entre obras e delegações confirmadas, Belém se prepara para realizar a primeira Conferência Climática em solo amazônico, que celebra dez anos do Acordo de Paris e marca o início da década da implementação. Precisamos sair de Belém com certezas comuns que orientem governos, empresas e sociedade civil, e com um ambiente que estimule investimentos e ações de longo prazo.

Temos o desafio de reforçar o multilateralismo, conectar as mudanças climáticas à vida das pessoas e reafirmar o compromisso de evitar que a temperatura global ultrapasse 1,5ºC. Belém traz uma agenda robusta, que inclui ampliar o financiamento climático, que precisa alcançar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035. Os países devem avançar em adaptação e pautar a justiça climática, garantindo que a transição para o baixo carbono seja inclusiva e equitativa.

Não são tarefas fáceis: o cenário global é afetado por conflitos, guerras tarifárias e menor espaço fiscal para o clima. Mas a inação pode custar até um terço do PIB global se a temperatura média exceder 3ºC, segundo a Universidade de Cambridge e o Boston Consulting Group (BCG).

Além disso, mitigar emissões é motor da inovação, direcionando investimentos para tecnologias limpas que ganham escala e mudam hábitos de consumo — veículos elétricos, motores flex e painéis fotovoltaicos são prova disso.

A COP-30 também entrará para a história pelo recorde de participação da sociedade civil, especialmente do setor privado, que assume seu papel como agente de implementação.

Como Enviada Especial do Setor Empresarial, conduzo, junto à Presidência da COP-30, uma escuta global para identificar as principais alavancas de descarbonização. Já avançamos com coalizões em transporte, energia, agricultura e minerais, além de metodologias em agricultura regenerativa e economia circular.

Mercados de carbono, biocombustíveis e inovação financeira também mostram progressos mensuráveis. Nosso esforço busca não apenas dar visibilidade a bons exemplos, mas ampliar sua escala e impacto como contribuições concretas para a COP-30 e além.

O espírito visionário e a capacidade de identificar oportunidades são atributos do universo dos negócios que se somam à diplomacia das partes e podem tornar a COP-30 um marco da ação climática global.

Em Belém, abriremos caminho para posicionar o Brasil como liderança em um novo modelo de desenvolvimento e na construção de um futuro mais próspero, justo, sustentável e inclusivo.



Fonte ONU

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