Vitor Horita da fazenda à inovação a história de um engenheiro agrônomo que uniu sustentabilidade, gestão e propósito

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A história de Vitor Horita é a de um jovem engenheiro agrônomo que encontrou no campo não apenas um espaço de produção, mas um terreno fértil para inovação, propósito e impacto social. Formado pela ESALQ/USP, com mestrado em Agronegócio pela Fundação Getúlio Vargas e atualmente cursando Data Analytics and Artificial Intelligence nos Estados Unidos, Vitor representa a nova geração do agro, conectada, sustentável e orientada por dados.

Nascido em uma família com tradição no setor, ele cresceu observando de perto o trabalho agrícola do Grupo Horita, um dos maiores produtores do oeste da Bahia, referência em soja, milho e algodão. Foi ali que aprendeu, ainda jovem, o valor da disciplina, da tecnologia e da responsabilidade no campo. “A agricultura é uma combinação de ciência e resiliência. Ela nos ensina que cada decisão no solo tem reflexo direto na vida das pessoas”, afirma.

Formado em 2017, Vitor começou sua carreira no próprio grupo familiar, onde liderou projetos voltados à produtividade e à sustentabilidade, sempre com foco em inovação. Um dos marcos de sua trajetória foi a adoção de práticas de agricultura regenerativa, com ênfase no plantio direto e no manejo inteligente do solo. As mudanças trouxeram resultados expressivos: aumento da fertilidade, maior retenção de matéria orgânica e otimização no uso de insumos. “Produzir mais sem agredir o solo é o verdadeiro desafio do agronegócio moderno. O futuro é sustentável ou não será”, reflete.

Em 2022, o trabalho de Vitor foi reconhecido nacionalmente com o Prêmio A Granja Total Agro, um dos mais prestigiados do país, concedido durante a Expointer. Ele foi eleito Produtor de Algodão do Ano, um título que consagrou sua liderança em produtividade e inovação na gestão agrícola. A premiação destacou o uso de técnicas de fertilização inteligente e o avanço da agricultura de precisão, que combina dados e análise geoespacial para otimizar cada etapa da produção.

Mas o engenheiro agrônomo não se limitou à produção. Vitor ampliou sua atuação como líder setorial e gestor de impacto, participando ativamente de entidades representativas da cadeia produtiva. Foi tesoureiro da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (ABAPA) e membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA). Nesses cargos, promoveu projetos que fortalecem a sustentabilidade, a rastreabilidade e o reconhecimento internacional do algodão brasileiro, especialmente por meio dos selos ABRe DCI, que atestam práticas éticas e respeito ambiental.

Entre as iniciativas de maior relevância sob sua liderança está o projeto Patrulha Mecanizada, uma ação coordenada pela ABAPA para asfaltar estradas vicinais estratégicas no oeste da Bahia. Mais de 60 quilômetros de vias rurais foram pavimentados sob sua gestão, reduzindo custos logísticos, melhorando o escoamento da produção e levando qualidade de vida a centenas de famílias que vivem nas áreas agrícolas. “Ver o impacto de um projeto desses é gratificante. Ele não beneficia apenas o produtor, mas toda a comunidade rural, das crianças que vão à escola com segurança aos trabalhadores que têm acesso facilitado a serviços básicos”, destaca.

A visão de Vitor sobre o agronegócio é ampla e humanizada. Ele acredita que o campo brasileiro é uma potência global não apenas por sua capacidade produtiva, mas pela resiliência e inovação de seus profissionais. “O agro moderno é tecnológico, mas também humano. É feito por pessoas que acreditam no poder da terra e que estão dispostas a trabalhar por um futuro mais equilibrado e eficiente”, comenta.

Atualmente, Vitor vive em Miami, onde cursa mestrado em Ciência de Dados e Inteligência Artificial na Nova Southeastern University. O objetivo é aplicar tecnologia de ponta à agricultura, impulsionando o uso de análises preditivas e inteligência artificial para aumentar a produtividade e reduzir impactos ambientais. “A agricultura 4.0 é uma realidade. O uso de dados e algoritmos será o diferencial entre produzir bem e produzir de forma sustentável”, explica.

Mesmo fora do país, ele continua ligado ao setor e às associações brasileiras, atuando como uma ponte entre a inovação tecnológica e o desenvolvimento agrícola nacional. “O Brasil tem uma das agriculturas mais avançadas do mundo, mas precisamos continuar investindo em educação e tecnologia para manter essa liderança global”, afirma.

Com apenas 30 anos, Vitor Horita construiu uma trajetória que combina resultados econômicos, compromisso ambiental e impacto social. Sua história é a de um profissional que entende que o verdadeiro sucesso no campo não está apenas nas safras recordes, mas na capacidade de gerar legado e transformar vidas.

“Meu propósito sempre foi o mesmo: deixar o agro mais eficiente, mais sustentável e mais humano. A tecnologia é o caminho, mas o coração da agricultura continuará sendo as pessoas que fazem dela um motor de progresso para o Brasil”, conclui.

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