O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil-PA), confirmou nesta quarta-feira (8) que não pretende deixar o governo Lula, mesmo com a abertura de um processo disciplinar no partido que pode resultar em sua expulsão.
A Executiva Nacional do União Brasil se reúne ainda nesta manhã para votar tanto a punição ao ministro quanto a dissolução do diretório estadual do Pará, atualmente sob sua presidência.
Sabino afirmou ter o respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e classificou as medidas do partido como “equivocadas e precipitadas”, defendendo que ainda há espaço para diálogo.
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“Fico no governo. Tenho a confiança do presidente Lula e pretendo continuar o trabalho que venho realizando no Ministério do Turismo”, declarou o ministro ao chegar para a reunião da legenda em Brasília.
COP30 e defesa da gestão
O ministro citou a proximidade da COP30, marcada para novembro em Belém (PA), como um dos motivos para permanecer no cargo.
“Estamos a 30 dias da maior conferência diplomática do planeta. Não é o momento para interrupções em um trabalho que tem avançado com consistência”, afirmou.
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Sabino destacou o desempenho do setor turístico para justificar sua permanência. Segundo ele, o Brasil deve ultrapassar a marca de 10 milhões de turistas estrangeiros em 2025, superando o recorde histórico anterior de 7 milhões.
“O setor está faturando como nunca e gerando empregos em todo o país”, acrescentou.
O impasse entre o ministro e o União Brasil se intensificou após o partido, em conjunto com o Progressistas (PP), anunciar o rompimento com o governo federal em setembro e pedir a entrega dos cargos ocupados por seus filiados.
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Sabino chegou a protocolar um pedido de demissão em 26 de setembro, mas recuou a pedido de Lula. Desde então, tem afirmado que continuará na gestão.
“Não pretendo sair do partido. Pretendo ser candidato e defender o que for melhor para o Pará”, disse.
A cúpula da legenda, porém, sustenta que o ministro cometeu infidelidade partidária ao permanecer no governo. Se confirmada a expulsão, Sabino perde o comando do diretório estadual e pode ter dificuldades em articular sua candidatura ao Senado em 2026.
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Estratégia eleitoral e influência regional
Para Sabino, manter-se no cargo é também uma forma de preservar capital político e consolidar influência no Pará, seu principal reduto eleitoral.
A COP30 em Belém e o aquecimento do turismo nacional oferecem ao ministro uma vitrine de entregas e visibilidade institucional, ativos importantes para quem planeja disputar um mandato em 2026.
No entorno do presidente Lula, a permanência de Sabino é vista como um elo estratégico entre o Planalto e o eleitorado paraense, onde o governo tenta ampliar presença e neutralizar adversários bolsonaristas.
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Resistência compartilhada
A postura de Sabino reforça o movimento de resistência de André Fufuca (PP-MA), ministro do Esporte, que também enfrenta pressões de sua legenda para deixar o cargo.
Ambos se tornaram símbolos do esforço de Lula para conter a debandada do Centrão e manter pontes com partidos que, mesmo fora da base formal, ainda são essenciais para o equilíbrio político no Congresso.
Fonte Infomoney