Moraes x Fux: os dois lados da economia da calvície

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Moraes x Fux: os dois lados da economia da calvície

Colunista do Estadão mostra que a ciência sugere que cabeludos ganham mais, mas carecas são vistos como mais dominantes.

O embate entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luiz Fux no julgamento de Jair Bolsonaro trouxe à tona outra discussão: o que fazer quando estamos ficando carecas? Moraes optou por raspar tudo e não deixar nada. Fux, que no começo da sua carreira no Tribunal de Justiça do Rio ou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostrou o início de uma calvície, há alguns anos aparece com uma “cabeleira bem farta”, destaca o colunista do Estadão, Pedro Fernando Nery (veja vídeo na íntegra acima).

No Chama o Nery desta semana, ele discute sobre quem vai melhor no mercado de trabalho: quem deixa a natureza seguir seu curso e aceita a calvície ou quem luta contra ela. “Acho muito interessante que pessoas muito ricas e muito poderosas, com todos os recursos à disposição para tentar manter uma cabeleira, não o fazem. Penso, por exemplo, no príncipe William, sucessor do Reino Britânico, ou no Jeff Bezos, bilionário da Amazon, ainda no Vladimir Putin (presidente da Rússia). Todos eles exemplos de homens poderosos que não têm mais cabelo.”

Nery apresenta três estudos sobre o assunto. O primeiro faz um experimento mostrando imagens de um mesmo homem com cabelo, ficando calvo e totalmente calvo. “Percebeu-se que as pessoas valorizam como mais atraente o homem com cabelo.”

O segundo estudo faz esse mesmo tipo de abordagem e de novo os homens cabeludos são percebidos como mais atraentes. Porém, há uma ressalva para o time do ministro Alexandre de Moraes: os homens calvos são percebidos como potencialmente mais simpáticos.

O terceiro estudo apresenta não apenas as opções de homem com cabelo e homem careca, mas também a do homem que raspa completamente o cabelo. “Nesse estudo, os homens que raspam completamente o cabelo são percebidos como mais dominantes. Isso quer dizer que eles estariam em vantagem, por exemplo, para posições de liderança, de cargos executivos ou talvez possam também ir melhor em negociações ou em alguns setores, como no de finanças.”

Nery explica que uma hipótese colocada pelos cientistas é a de que o homem 100% careca pode ser visto como alguém mais confiante e, por isso, mais dominante. Uma segunda hipótese é de que, como manter o cabelo é visto como uma norma social desejável, a pessoa que tira totalmente o seu cabelo é visto como alguém que não liga tanto para as normas sociais, seja mais seguro, “talvez então aí mais tendencioso a quebrar as regras”.

A terceira hipótese seria uma explicação baseada na produção cultural que nós absorvemos. Podemos pensar, por exemplo, nos filmes de Hollywood, nos filmes de ação em que alguns heróis são totalmente carecas, como os atores Vin Diesel e Jason Statham.



Fonte ONU

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