BNDES: ação para reindustrializar Nordeste já tem mais demanda do que volume de crédito oferecido

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RIO – A chamada pública voltada à reindustrialização sustentável da região Nordeste já tem mais demanda por financiamento do que o volume de crédito inicialmente ofertado, segundo dados antecipados com exclusividade ao Estadão/Broadcast pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Até o início desta semana, a iniciativa já tinha recebido R$ 12 bilhões em propostas oriundas de todos os estados da região.

Lançada em maio deste ano, a chamada pública de projetos para o Nordeste do Nova Indústria Brasil (NIB) disponibilizou R$ 10 bilhões em crédito para projetos estruturantes com foco em inovação, reindustrialização e desenvolvimento sustentável. O prazo para envio de propostas se estende até 15 de setembro.

A chamada faz parte de uma ação conjunta entre os bancos públicos federais: BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio técnico da Sudene e do Consórcio Nordeste.

Os projetos recebidos até o momento já abrangem todas as áreas estratégicas previstas: transição energética com foco em armazenamento; bioeconomia com foco em fármacos; hidrogênio verde; Data Center Verde: setor automotivo e tecnologias para a agricultura familiar. Por ora, os segmentos com maior volume de recursos demandados foram energias renováveis, hidrogênio verde e data center.

“Este primeiro balanço demonstra o potencial e a força produtiva da região, que é cada vez mais estratégica para a neoindustrialização do país. Nos últimos meses, as equipes do BNDES estiveram em todos os estados do Nordeste para apresentar a chamada a representantes do setor produtivo. O interesse dos empreendedores e das instituições mostra que estamos no caminho certo, atuando sob a orientação do presidente Lula para garantir que o desenvolvimento econômico e social alcance todo o Brasil”, declarou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, em nota.

O BNDES lembra que, tanto empresas quanto cooperativas, podem pleitear os recursos da iniciativa de fomento. Os projetos podem envolver instalação de infraestrutura física, aquisição de máquinas e equipamentos, implantação de plantas-piloto, contratação de recursos humanos, desenvolvimento de projetos com universidades e centros de pesquisa, capital de giro e engenharia.

“As instituições parceiras oferecerão diferentes modalidades de apoio, como crédito, subvenção econômica não reembolsável e participação societária. A Sudene e o Consórcio Nordeste atuarão como parceiros técnicos, aportando conhecimento estratégico sobre o território e os setores prioritários”, explicou o BNDES.

O cronograma prevê que, encerrado o prazo para o recebimento das propostas, os projetos serão avaliados até 28 de novembro. A formalização do Plano de Suporte Conjunto ocorrerá até 15 de janeiro de 2026, e já a partir de 16 de janeiro os projetos selecionados entram na fase de contratação e execução.

“Este resultado desmistifica a velha narrativa de que o Nordeste carece de projetos de qualidade e reforça o que sempre defendemos: quando o poder público atua de forma coordenada e proativa, com ações diretas para impulsionar a economia regional, o resultado aparece. Nós temos potencial para transformar oportunidades em crescimento e desenvolvimento real para toda a nossa população”, afirmou o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles (PT/PI), em nota.



Fonte ONU

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