Priner (PRNR3) continua com foco em aquisições e crescimento apesar de cenário atual

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Prestes a encerrar uma operação de aumento de capital, a Priner (PRNR3), empresa de serviços de engenharia, já captou cerca de R$ 138 milhões. O presidente da companhia, Túlio Cintra, conversou exclusivamente com o InfoMoney Entrevista durante o XP Brazil CEO Conference 2025 para falar mais sobre os próximos passos da companhia, assim como seus desafios.

A captação de recursos da Priner faz parte de um projeto de fusões e aquisições dentro de um plano estratégico que começou em 2024 e deve ir até 2027, segundo o diretor executivo. O destino desses recursos vai para o crescimento da companhia e o avanço em diversos segmentos paralelos ao primário da empresa. 

Até agora, a empresa captou cerca de R$ 138 milhões, próximo ao teto de R$ 150 milhões. Em entrevista, Cintra diz que a rodada de 2026 deve ser mais robusta que as anteriores, o que exigiu um aporte maior para que a companhia não comprometesse seus covenants financeiros.

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Histórico de crescimento

A história de crescimento da Priner é marcada por fusões e aquisições desde o IPO. Na visão de Cintra, isso permitiu que a empresa conseguisse formar um “ecossistema de serviços de engenharia facilmente integráveis”. “Hoje, a companhia atua em gestão de projetos, mobilização e desmobilização, treinamento de pessoas e engenharia aplicada a segmentos diversos, como offshore, montagem, infraestrutura, mineração, papel e celulose”, disse. 

Para Cintra, as aquisições permitem acesso imediato à cultura e ao conhecimento de empresas já consolidadas em seus setores, reduzindo a margem de erro em comparação a uma entrada orgânica.

Próximos passos

O ciclo de aquisições da companhia está previsto até 2027, com a rodada de 2026 como a mais relevante até o momento. Os recursos do aporte atual serão integralmente destinados a esse ciclo, mas Cintra diz que a execução do plano vai depender do desempenho de empresas adquiridas e do nível de alavancagem da Priner. 

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O executivo ainda ressalta que a Priner pode passar anos sem novos movimentos de fusões e aquisições, caso a alavancagem ou o crescimento frustrem as expectativas, já que a prioridade é realizar aquisições que de fato gerem valor para os acionistas.

Cintra diz que os próximos passos em relação à aquisições devem ocorrer no setor de mineração. “Os clientes do segmento possuem custos em reais e receitas em dólar, além de estarem em posição estratégica frente à tendência de eletrificação e à demanda crescente por minérios”, disse. Ele destaca que dentro desse contexto, o Brasil apresenta uma vantagem competitiva estrutural.

Desafios

Apesar do grande objetivo de crescimento e se fortalecer através de fusões e aquisições, o CEO da Priner destaca que o cenário atual é um empecilho para acelerar o processo de aquisições, devido aos juros elevados no Brasil – e a falta de perspectiva de diminuição das taxas.  

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De acordo com Cintra, o cenário torna as movimentações mais lentas, com múltiplos menores e é necessário ter mais “disciplina” em relação aos critérios de escolha na hora de fazer aquisições. A companhia só considera aquisições que gerem caixa já no mês seguinte, de forma a sustentar o serviço da dívida. “Quando isso não acontece, outras unidades de negócio precisam subsidiar a operação, o que pressiona os resultados”, disse. 

Apesar desse desafio, Cintra acredita que é preciso ter resiliência em relação ao chamado “custo Brasil”, e aceitá-lo como uma realidade desfavorável. “Não é possível esperar por juros baixos ou estabilidade política para crescer; é preciso adaptar-se a esse cenário”, afirmou.

No segundo trimestre, a Priner registrou um lucro operacional quase 70% superior ao do ano anterior, impulsionado pelas aquisições. Contudo, as despesas financeiras consumiram grande parte desse resultado. O CEO defende que a alavancagem foi necessária para que a companhia pudesse entrar em segmentos estratégicos, como o de montagem, e participar de licitações bilionárias. 

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A expectativa é que, em um horizonte de curto e médio prazo, o crescimento da margem operacional supere as despesas financeiras, consolidando a geração de valor. Para isso, reforça Cintra, é preciso ter estômago para suportar o período de transição até que esse equilíbrio se concretize.



Fonte Infomoney

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