A SpaceX adiou no domingo, cerca de meia hora antes da decolagem, um voo de teste crítico de seu gigantesco foguete Starship, alegando a necessidade de corrigir um vazamento de oxigênio líquido. A empresa disse que tentará novamente na noite de segunda-feira.
O Starship faria sua 10ª grande missão a partir da base de lançamentos da SpaceX no sul do Texas, conhecida como Starbase. A operação tinha peso adicional após uma série de contratempos explosivos este ano com o foguete reutilizável do CEO Elon Musk.
A SpaceX vem realizando lançamentos periódicos do Starship em missões de teste para preparar o veículo para colocar satélites — e eventualmente pessoas — em órbita terrestre e além. No entanto, os primeiros dois voos de 2025 explodiram em poucos minutos, um terceiro falhou ao liberar satélites de teste e saiu de controle, e outro foguete explodiu em junho durante o abastecimento em uma plataforma de testes.
Oportunidade única
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Essas falhas aumentaram as dúvidas sobre a capacidade do Starship de cumprir os objetivos de Musk de levar humanos de volta à Lua e, depois, a Marte. Para enfrentar os problemas, a SpaceX chegou a realocar cerca de 20% da equipe de engenharia do Falcon para apoiar os testes e melhorar a confiabilidade do Starship, segundo informações da Bloomberg.
Musk havia sinalizado em sua rede social X que faria uma atualização técnica do programa no domingo, mas não chegou a realizar o evento. Depois, disse que a próxima tentativa de lançamento ocorreria na segunda-feira, após o reparo do vazamento de oxigênio líquido em solo. O décimo teste de voo está agora programado para esta segunda-feira (25), entre 20h30 e 21h30 (horário de Brasília).
A SpaceX costuma dizer que encara falhas como oportunidades de aprendizado a serem aplicadas em futuros lançamentos. Mas, após um início de ano fraco, esta próxima missão enfrenta pressão extra para dar certo.
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“Um teste bem-sucedido quase apagaria os desafios do último ano”, disse Carissa Christensen, fundadora e CEO da consultoria BryceTech. “Um fracasso, por outro lado, só vai aumentar o escrutínio e a sensação de ‘o que está acontecendo?’”
Apresentado como o foguete mais poderoso já construído, o Starship foi projetado para ser totalmente reutilizável e substituir, no futuro, o Falcon 9, tornando-se o principal veículo da SpaceX para lançamentos de satélites e missões tripuladas. O objetivo de longo prazo é pousar e decolar da Lua e de Marte.
Até agora, porém, as projeções iniciais de Musk de que seria seguro levar humanos ao espaço em 2023 e pousar na Lua já neste ano não se concretizaram. A SpaceX ainda está a anos de distância de liberar todo o potencial do Starship.
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Os atrasos e falhas não parecem ter afastado investidores: segundo a Bloomberg News, a empresa planeja uma venda de ações que avaliaria a companhia em cerca de US$ 400 bilhões, o maior valor já atribuído a uma empresa privada dos EUA.
Por ora, a meta é demonstrar que o foguete consegue atingir a órbita, lançar satélites e retornar à Terra em uma peça única. A SpaceX já mostrou em dois voos que pode recuperar o Super Heavy booster, a parte inferior maciça do foguete que impulsiona o Starship até o espaço.
Nesta missão, no entanto, a empresa não pretende recuperar o Super Heavy. O plano é testar manobras em pleno voo antes de uma tentativa de pouso controlado no mar.
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©️2025 Bloomberg L.P.
Fonte Infomoney