BRASÍLIA – O mercado financeiro voltou a reduzir suas projeções para a inflação no fim deste ano. A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,95% para 4,86%, a 13.ª queda seguida. A previsão para a taxa está 0,36 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,5%. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira, 25.
A projeção para o IPCA de 2026 também caiu, pela sexta vez consecutiva, de 4,4% para 4,33%.
O Banco Central prevê que o IPCA fique em 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). No horizonte relevante (levado em conta nas decisões de política monetária), o primeiro trimestre de 2027, o colegiado espera que a inflação em 12 meses seja de 3,4%.

Sede do Banco Central, em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão
Na última decisão, o comitê manteve a taxa Selic em 15% ao ano, e afirmou que “antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros”, com o objetivo de examinar os impactos do ajuste que já foi realizado e se esse nível de juros, mantido por período “bastante prolongado”, é suficiente para fazer a inflação convergir à meta.
A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.
Se a inflação ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo. Isso aconteceu após a divulgação do IPCA de junho, no dia 10 de julho. A autoridade monetária publicou uma carta aberta informando que espera queda da taxa abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.
A mediana do Focus para a inflação de 2027 caiu de 4,4% para 3,97%. A projeção para o IPCA de 2028 continuou em 3,8%.
Taxa Selic e PIB
Em relação à taxa de juros, a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu em 15% pela nona semana consecutiva. A mediana para a Selic no fim de 2026, por sua vez, permaneceu em 12,5% pela 30.ª semana consecutiva.
A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,5% pela 28.ª semana seguida, enquanto a mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10% pela 35ª semana consecutiva.
Já a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 caiu de 2,21% para 2,18% no relatório divulgado nesta segunda-feira.
O Banco Central havia aumentado a sua estimativa de crescimento da economia brasileira este ano, de 1,9% para 2,1%, no Relatório de Política Monetária (RPM) do segundo trimestre. Segundo a autarquia, a atividade continua resiliente, embora já seja possível observar “certa moderação” no ritmo de expansão.
A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 caiu de 1,87% para 1,86%. Um mês antes, era de 1,89%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 se manteve em 1,87%, ante 2% de quatro semanas antes. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável, em 2%, pela 76.ª semana seguida.
Fonte ONU