Eurodeputados pedem suspensão de relações comerciais com Israel

Compartilhar:

Ursula von der Leyen (foto: ONU TV)
Ursula von der Leyen (foto: ONU TV)

Pelo menos 40 eurodeputados de quatro grupos parlamentares diferentes pediram na segunda-feira à União Europeia que tome medidas contra as autoridades israelenses no contexto da situação na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, pedindo, entre outras coisas, a suspensão das relações comerciais com Israel, em resposta às suas “constantes violações do Direito Internacional”.

Os eurodeputados também pediram o “estabelecimento de um cessar-fogo imediato e a libertação de todos os reféns israelenses”, bem como a “implementação da solução de dois Estados como a única forma viável de alcançar uma paz justa e duradoura” e o restabelecimento “total” da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) como o “órgão legítimo” responsável pela distribuição de ajuda.

Em carta para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e para a alta representante para Política Externa, Kaja Kallas, eles também pediram a “imposição de medidas abrangentes contra todos os colonos israelenses, especialmente os violentos, incluindo a revogação da dupla cidadania, quando aplicável, a proibição de viagens e o congelamento de bens”.

“Essas medidas são a única maneira de acabar com a violência institucionalizada perpetrada pelos colonos. Estamos testemunhando ativamente uma campanha estatal em larga escala que visa à aniquilação do povo palestino, desde a fome e o bombardeio de Gaza até o assédio sistemático e a desapropriação das comunidades da Cisjordânia por colonos ilegais”, afirmaram, antes de acrescentar que Bruxelas “deve agir de forma decisiva, defendendo seus valores fundamentais e cumprindo suas obrigações de acordo com o Direito Internacional”.

Espaço Publicitáriocnsegcnseg

A carta, promovida pela socialista Hana Jalloul e assinada por eurodeputados dos Socialistas, Verdes, Esquerda e Renew Europe, expressa “profunda condenação do aumento acentuado da violência perpetrada pelos colonos israelenses na Cisjordânia”, depois que um deles matou a tiros um ativista proeminente que ajudou a filmar o documentário vencedor do Oscar ‘No Other Land’, Odeh Hadalin, na Cisjordânia nos últimos dias.

“A escalada dos ataques dos colonos israelenses ocorre no contexto de decisões políticas recentes que incentivam explicitamente essas ações. Em 23 de julho de 2025, o Knesset – o Parlamento israelense – aprovou uma moção (não vinculante) endossando a anexação da Cisjordânia”, diz o texto.

Ele lembra que, desde 7 de outubro de 2023, mais de mil palestinos foram mortos e mais de 7 mil ficaram feridos na Cisjordânia, enquanto em Gaza “o uso da ajuda humanitária como arma causou fome em massa e a morte de mais de 60 mil pessoas”, no “mesmo período em que 1.139 israelenses perderam a vida”.

Bruxelas precisa da maioria necessária de 15 Estados-membros, que representam pelo menos 65% da população, para realizar qualquer ação e, no momento, não tem consenso suficiente para isso.

Até o momento, um número significativo de Estados-membros, liderados pela Alemanha, tem se esquivado de apoiar as medidas, enquanto se aguarda uma análise da evolução da situação, uma vez que eles esperam que Israel intensifique as entregas de ajuda nos termos do acordo humanitário com a UE.

Europa Press

Siga o canal “Monitor Mercantil” no WhatsApp:cnsegcnseg



Fonte Monitor Mercantil

Artigos relacionados