Consumidor com risco de vida podem acionar concessionárias por falta de energia elétrica

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Privatização em xeque Foto: Estadão

Todos dependemos de energia elétrica em nosso cotidiano. Quando falta luz, interrompemos o trabalho remoto (pois ficamos sem acesso à banda larga e, logicamente, sem computador); ficamos sem entretenimento (TV, aparelhos de som, leitura etc.); sem conforto doméstico (geladeira, banho quente, forno de micro-ondas). Mas a situação é bem pior para quem enfrenta risco de vida para quem necessita de respiradores, por exemplo.

Além de respiradores, que obviamente necessitam de energia elétrica para funcionar, há medicamentos que devem ser mantidos resfriados, e aparelhos conhecidos como CPAP, para quem tem apneia do sono.

Esses consumidores podem e devem reclamar a entidades como o Procon. E, se a concessionária de energia não solucionar os frequentes apagões, ingressar na justiça com pedido de reparação por ameaça à saúde, danos materiais e morais.

Não é segredo para ninguém que os eventos climáticos extremos têm se sucedido no Brasil – temporais, ventanias fortes, granizo, enchentes etc. E, nesses casos, é relativamente comum que as famílias e empresas fiquem sem energia por várias horas ou dias.

Além disso, nem sempre as companhias fornecedoras de água têm geradores suficientes para assegurar a continuidade do serviço quando falta luz. Há vários ‘culpados’ pela falta de energia em meio a intempéries: infraestrutura antiga, galhos que caem sobre a fiação elétrica, raios que danificam transformadores.

Mesmo um leigo percebe que, se a fiação fosse subterrânea, teríamos muito mais segurança e estaríamos protegidos dos efeitos da chuva, dos ventos e dos raios em serviços essenciais como luz e água. Some-se a isso o fato de que as cidades teriam um relevante ganho estético.

Por que, então, não há um grande projeto de ‘enterrar’ a fiação? Segundo os especialistas, porque custa muito caro e depende de obras complicadas em regiões fortemente urbanizadas. Pode ser, mas as autoridades terão de pensar seriamente nisso, uma vez que não há qualquer perspectiva crível de redução do aquecimento global.

Cartas repletas de boas intenções são redigidas, depois de muitas discussões e de estudos. Países se comprometem com planos para mitigar o aquecimento. E, infelizmente, pouco ou nada fazem. É o que veremos, novamente, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, COP30, em Belém, em novembro próximo. Importantes alertas, muitas promessas e as sucessivas quebras de compromisso com o meio ambiente.



Fonte ONU

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