
O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira que as reservas internacionais da Argentina permanecem em níveis críticos, instando o país a envidar esforços adicionais para fortalecê-las. “Os fundamentos econômicos melhoraram substancialmente desde o final de 2023, mas as reservas internacionais líquidas permanecem criticamente baixas, e os spreads soberanos, embora em forte declínio, permanecem elevados”, segundo o Relatório do Setor Externo publicado pela organização internacional.
O FMI acrescentou que a avaliação externa da Argentina “está sujeita a uma incerteza excepcionalmente alta e depende da implementação de reformas estruturais que impulsionem a competitividade e a produtividade”.
A análise do FMI ocorre paralelamente às discussões que a organização mantém com as autoridades do governo argentino sobre a primeira revisão técnica do programa de US$ 20 bilhões do Mecanismo de Financiamento Ampliado (EFF), implementado em abril passado.
Nesse sentido, a instituição financeira afirmou que, entre as possíveis respostas políticas à situação atual da Argentina, estão a implementação sustentada do programa com âncora fiscal, um regime monetário e cambial mais robusto, com medidas para reconstruir as reservas internacionais, e reformas que promovam a competitividade.

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Nesse sentido, observou que “é necessário manter uma balança comercial sólida, atrair Investimento Estrangeiro Direto (IED), recuperar o acesso a mercados e salvaguardar a sustentabilidade externa”.
O FMI também defendeu “uma taxa de câmbio mais flexível, juntamente com uma flexibilização gradual das restrições cambiais remanescentes”, bem como “reformas para criar uma economia mais aberta e orientada para o mercado”, o que considerou fundamental “para construir resiliência e apoiar entradas de capital sustentáveis e de longo prazo para impulsionar o vasto potencial externo da Argentina, incluindo nos setores de energia e mineração”.
Quase 60% dos argentinos desaprovam Milei
O índice de desaprovação do governo do presidente argentino Javier Milei entre os argentinos é de 56,8%, enquanto 42,8% mantêm seu apoio ao mandato iniciado em dezembro de 2023, segundo pesquisa da consultoria Zuban Córdoba divulgada nesta terça-feira pela imprensa argentina.
De acordo com a pesquisa, 52,8% dos entrevistados votarão nas eleições legislativas de meio de mandato, marcadas para outubro próximo, com a intenção de punir a gestão do governo Milei.
Na pesquisa de opinião, da qual participaram 1.300 pessoas, 57,5% expressaram uma imagem negativa de Milei e 41,9%, uma positiva.
Em relação à percepção dos argentinos sobre a vice-presidente Victoria Villarruel, a pesquisa constatou que 55,3% têm uma imagem negativa e 38,6%, uma positiva.
As principais críticas à gestão do atual governo liberal são o que consideram ser a “destruição do Estado” e das “políticas públicas”, além da insatisfação com o alinhamento geopolítico de Milei com os Estados Unidos.
Em contrapartida, entre os que apoiam o partido governista, 23,6% destacaram o controle da inflação, seguido pela percepção de “honestidade e transparência”, com 19,7%.
O relatório também mostra que 55,4% dos entrevistados consideram Milei um risco para a sociedade, enquanto 37,8% o veem como um símbolo de mudança.
A população-alvo do estudo foram pessoas com mais de 16 anos, segmentadas por gênero, região e última votação presidencial, com base em um questionário com 1.300 pessoas.
Com informações da Agência Xinhua

Fonte Monitor Mercantil