O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) negou que tenha havido qualquer tratativa sobre um pedido ou oferta de asilo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo governo dos Estados Unidos. Parte relevante na operação da Polícia Federal contra o pai nesta sexta-feira (18), Eduardo disse que as medidas cautelares impostas contra o ex-presidente não farão Donald Trump recuar e, em mais de uma ocasião, falou em vingança contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
As declarações foram em entrevista à CNN Brasil, na noite desta sexta-feira. “O Trump não vai recuar diante de Alexandre de Moraes”, afirmou.
A operação da PF foi autorizada por Moraes como parte do inquérito que apura a conduta de Eduardo nos EUA, onde vive desde o início do ano. O deputado atua no país em busca de apoio do governo para aplicar sanções contra autoridades brasileiras, em especial do Judiciário, sob argumento que ele, seu pai e aliados são alvo de perseguição.
Nesta sexta, Moraes impôs uma série de restrições a Bolsonaro, entre elas estão uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso das redes sociais e de contato com embaixadores, além da proibição de contato com Eduardo.
O ministro alegou que há indícios de que pai e filho atuam para induzir e instigar o governo dos Estados Unidos “a prática de atos hostis ao Brasil” e buscam submeter o funcionamento do STF “aos Estados Unidos da América, com a finalidade de arquivamento/extinção” da ação da trama golpista, em que Bolsonaro é réu. A Procuradoria-Geral da República (PGR) disse haver indicativos de “concreta possibilidade de fuga” do ex-presidente.
Eduardo rebateu a acusação e voltou a negar ter relação com o anúncio da imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros. Por mais de uma vez disse que Trump não vai recuar das medidas e recomendou que a elite econômica pressione Moraes a rever sua conduta. Ele disse que a sobretaxa não era algo desejado por ele e disse lamentar que o povo “possa a vir a pagar essa conta, e acrescentou: “Se houver um cenário de terra arrasada, pelo menos eu estarei vingado desses ditadores de toga”.
No fim da entrevista, disse entender a “agonia do produtor brasileiro”, que pode ser afetado pelas novas tarifas, e afirmou que sua atuação nos EUA sempre teve como objetivo as sanções individuais contra Moraes. “Não haverá recuo. Se tudo der errado, pelo menos nós já estaremos vingados”, repetiu.
O governo brasileiro ainda discute com empresários e produtores como responder ao tarifaço. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, disse nesta noite que as medidas cautelares não devem comprometer as negociações com os Estados Unidos.
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Fonte Agência Brasil