ONU: 35% dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão no rumo certo

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Uma década após ter a Agenda de Desenvolvimento Sustentável começar a ser implementada, apenas cerca de 35% das metas estão no rumo certo ou apresentam progressos moderados. Quase metade avança muito lentamente e 18% regrediram.  

O balanço aparece na 10ª edição do Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, 2025, apresentado nesta segunda-feira pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. O documento analisa o percurso dos ODS e apela por mais ação global. 

HIV e malária 

A análise ressalta que o ritmo da mudança continua insuficiente, apesar de milhões de vidas estarem melhorando. 

Mais 110 milhões de crianças e jovens ingressaram na escola

Mais 110 milhões de crianças e jovens ingressaram na escola

 

No rumo para atingir os Objetivos até 2030, o secretário-geral, ressaltou a realidade de uma “emergência de desenvolvimento”. Para António Guterres, mais do que um retrato o estudo é uma bússola que aponta o caminho para o progresso. 

O líder da ONU destacou que o documento mostra que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ainda estão ao alcance, e convidou os países a atuarem “com urgência, unidade e determinação inabalável.” 

800 milhões de pessoas pobres 

Em meio a uma emergência que cobre acima de 800 milhões de pessoas ainda em extrema pobreza, ele mencionou agravantes como impactos climáticos e o serviço da dívida, drenando os recursos que os países precisam para investir em seus povos.

Guterres disse que também deve ser reconhecidas as profundas ligações entre o subdesenvolvimento e os conflitos, daí os esforços pela paz em áreas como Oriente Médio, Gaza, Irã e Israel, Ucrânia, Sudão.

Entre os avanços na área de saúde, o destaque vai para a baixa de 40% em novas infecções por HIV desde 2010. No campo da prevenção da malária foram evitados 2,2 bilhões de casos e salvas 12,7 milhões de vidas desde 2000.

A ONU ressalta ainda que a cobertura da proteção social agora alcança mais da metade da população mundial, um aumento significativo em relação à década anterior.

No setor da educação, mais 110 milhões de crianças e jovens ingressaram na escola.

Energia e conectividade digital

O relatório sublinha ainda o ganho no setor energético onde 92% da população mundial tinha acesso à eletricidade em 2023.

Para o subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin, o levantamento não ilustra apenas estatísticas, mas histórias de vidas transformadas.

Mais crianças estão em escolas, mais famílias protegidas e mais comunidades empoderadas. Ele defende ainda que o relatório também mostra uma realidade mais frágil de um contexto global desafiante atrasando o progresso.

O uso da internet conheceu progressos ao aumentar de 40% em 2015 para 68% em 2024. Com esse avanço foi desbloqueando o acesso à educação, aos empregos e à participação cívica.

Queda da taxa de casamento infantil permitiu que mais meninas continuassem na escola

Queda da taxa de casamento infantil permitiu que mais meninas continuassem na escola

Na vertente ambiental, os esforços de conservação dobraram a proteção de ecossistemas essenciais, contribuindo para a resiliência da biodiversidade global. 

Já no campo social, a ONU aponta a queda da taxa de casamento infantil, com mais meninas permanecendo na escola. Mulheres ganharam espaço nos Parlamentos em todo o mundo. 

Ação climática

A ONU assinala seis áreas prioritárias que podem gerar um impacto transformador: A primeira é a dos sistemas alimentares. Ao mesmo tempo, vários bilhões de habitantes do planeta não têm acesso a água potável, saneamento e serviços de higiene. 

O documento ressalta ainda a ação climática lembrando que as mudanças climáticas fizeram que 2024 fosse o ano mais quente já registrado, com temperaturas 1,55°C acima dos níveis pré-industriais. 

No mesmo período, o mundo vivenciou conflitos que causaram quase 50 mil mortes e mais de 120 milhões de deslocados à força. 

Os países de baixa e média rendas enfrentaram custos recordes de serviço da dívida, ao atingirem US$ 1,4 trilhão. 

Mais avanços são requeridos em áreas como acesso à energia, transformação digital, empregos e proteção social, destaca o relatório das Nações Unidas. 



Fonte ONU

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