Com um público superior a 20 mil pessoas ao longo de três dias, o ESX 2025 – Innovation Experience Espírito Santo encerrou sua quinta edição reforçando o papel do estado como ambiente estratégico para o desenvolvimento de inovação, negócios sustentáveis e inclusão social. Realizado na Praça do Papa, em Vitória, entre 10 e 12 de julho, o evento reuniu especialistas, investidores, empreendedores, estudantes e representantes de comunidades tradicionais em uma agenda marcada por conteúdos diversos e encontros voltados à geração de valor para o ecossistema capixaba.
A programação começou com forte adesão já no primeiro dia. Aproximadamente 7 mil visitantes circularam pelos cinco palcos temáticos e pela Arena de Inovação, onde era possível interagir com tecnologias como realidade virtual, impressão 3D, robôs autônomos e inteligência artificial. O evento também abriu espaço para iniciativas voltadas à cultura, ancestralidade e empreendedorismo social.
Foi também o primeiro ano que o evento organizou o Tour Innovation Experience, onde investidores, empresários e empreendedores puderam ver perto o ecossistema de inovação. Uma das empresas visitadas foi o PicPay, fintech capixaba que hoje é uma das maiores do Brasil. Os participantes puderam ouvir o Principal Engineering do PicPay, Thiago Ortiz, que explicou um pouco da trajetória da fintech e os desafios enfrentados.
O grupo também visitou a TecVitória, primeira incubadora e aceleradora de startups do Espírito Santo. Gabriel Torobay, diretor de inovação, contou sobre a história da TecVitória e como tem sido a contribuição para o ambiente empreendedor no estado.
A Rede Gazeta também abriu as portas para os participantes que conheceram o Fonte.Hub um espaço criado no prédio da TV para fomentar e desenvolver negócios de inovação aberta e ser mais um ponto de encontro entre empresas, startups, academia, projetos de audiovisual e outras instituições que tenham objetivo de colaborar e compartilhar conhecimento e modelos de comunicação.
Na visita o grupo teve a chance bater um papo com duas startups alocadas no espaço. A Luma Ensino, uma Edtech que tem a missão de elevar o nível da educação nacional. Murilo Carvalo, CEO e fundador, compartilhou com o grupo toda a trajetória da empresa e as ações realizadas no Espírito Santo.
Outra startup que compartilhou seus processos e trajetórias foi a Takeat, foodtech que tem utilizado tecnologia e inovação para ajudar o setor de restaurantes.
Troca de experiências e debates estratégicos
Entre os destaques do início da programação, estiveram as palestras do comunicador Dado Schneider e do especialista em startups Fernando Seabra. Schneider abordou os impactos das diferenças geracionais no mercado de trabalho e defendeu a necessidade de adaptação constante por parte das lideranças. Já Seabra destacou o papel da inteligência artificial como ferramenta para inovação organizacional.
As apresentações foram precedidas por falas institucionais de representantes do Sebrae/ES, da Fapes, da Vale e da Secti, além do prefeito de Vitória e do governador do estado. Os dirigentes ressaltaram o amadurecimento do evento, que passou a operar com três trilhas de conteúdo: Criatividade, Transformação Digital e Sustentabilidade e Inclusão.
Rodadas de negócios e movimentação econômica
Durante o evento, as rodadas de negócios organizadas em parceria com a Dealist reuniram 57 startups e 11 fundos de investimento. Foram realizados 133 encontros, com intenção de aportes que somam R$ 24,9 milhões. O Espírito Santo liderou o ranking com R$ 11,8 milhões em volume potencial de investimentos, seguido por São Paulo, com R$ 5,3 milhões.
Outro destaque foi a segunda edição do Tech Business Meeting, que gerou 107 reuniões entre 38 startups fornecedoras e 10 grandes empresas âncora. A expectativa de negócios futuros, considerando os próximos 12 meses, ultrapassa os R$ 11,5 milhões.
Diversidade, ancestralidade e inovação social
No Palco Plural, criado para promover a inclusão de grupos historicamente marginalizados no ambiente empreendedor, foram discutidos temas como longevidade feminina, liderança negra, inovação indígena, e representatividade LGBTQIAP+. A CEO da Nhaí!, Raquel Virgínia, abordou as mudanças recentes na visibilidade de pautas identitárias e o surgimento de negócios com propósito social.
Já a professora universitária Cristina Hatab mediou uma mesa com representantes dos povos Tupiniquim e Guarani, que destacaram os desafios e resistências enfrentados pelas culturas originárias. Ará Martins, criadora do projeto Nhãdeva Ekuéry, relatou como transformou o preconceito enfrentado na adolescência em um empreendimento de educação e valorização cultural.
Negócios com propósito e práticas sustentáveis
Grandes marcas também integraram o evento com discussões voltadas à sustentabilidade e transformação digital. A Natura apresentou sua estratégia de embalagens com plástico reciclado, enquanto a Shopee abordou estratégias de vendas em marketplaces. Ambas reforçaram o papel das plataformas digitais na inclusão de novos perfis de empreendedores.
Na Arena da Inovação, o público acompanhou apresentações sobre uso de design thinking com inteligência artificial, tecnologia aplicada ao agronegócio e estratégias para fortalecer a presença digital de marcas emergentes. O espaço também sediou oficinas práticas, como a promovida por Gabriel Torobay, da TecVitória, que propôs exercícios criativos para ajudar potenciais empreendedores a estruturar ideias de negócio.
No Palco Conexão, a pauta girou em torno de cidades inteligentes, soluções energéticas, saúde pública e tecnologia quântica. Representantes do Confea, do Instituto Jones dos Santos Neves e da Ufes discutiram os caminhos para integrar inovação e planejamento urbano. Especialistas do Senai/Cimatec e da Prodest trataram das possibilidades oferecidas pela computação quântica no ambiente corporativo.
Espaço para talentos locais e conexão com o futuro
O Palco Acelera conectou startups a mentores e investidores, com conteúdos voltados a desafios do capital de risco, inovação climática e construção de negócios sustentáveis. Já a Arena do Conhecimento concentrou conteúdos sobre branding digital, impactos sociais da inteligência artificial, estratégias de improviso criativo e metodologias de adaptação às transformações.
A educadora Rita von Hunty lotou a arena com uma palestra sobre valores culturais e a transmissão histórica de comportamentos entre gerações. Ela provocou reflexões sobre o que a sociedade escolhe perpetuar, chamando atenção para práticas excludentes muitas vezes normalizadas sob a ótica da tradição.
O ESX 2025 encerrou com uma pluralidade de temas e interlocutores. As discussões revelaram tanto as potencialidades quanto os desafios que envolvem a criação de ambientes mais inclusivos, sustentáveis e conectados. O evento se consolidou como plataforma de visibilidade e articulação de iniciativas voltadas à transformação social por meio da inovação.
A realização do evento é fruto da articulação entre o Sebrae/ES, o Governo do Espírito Santo, a Mobilização Capixaba pela Inovação e parceiros como a Vale, além do apoio de empresas públicas e privadas. O resultado aponta para a construção de um ambiente propício à inovação contínua, com impacto econômico, social e cultural.
Fonte Startupi