Neon capta R$ 720 milhões em Série E

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A Neon anunciou a entrada de dois novos investidores em sua base acionária: a International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, e a DEG, subsidiária do Grupo KfW, principal banco de desenvolvimento da Alemanha. As instituições passam a integrar a rodada Série E da fintech, que somou R$ 720 milhões. A rodada também contou com a participação de investidores já presentes, como BBVA e General Atlantic.

O aporte ocorre em um contexto de consolidação financeira da Neon. No primeiro trimestre de 2025, a fintech registrou lucro de R$ 9,3 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 161,7 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Foi o segundo trimestre consecutivo de lucro. A receita bruta somou R$ 806 milhões, alta de 63% em comparação ao primeiro trimestre de 2024. A margem de contribuição avançou 74% no mesmo período.

Segundo Fernando Miranda, CEO da Neon, a entrada da IFC e DEG reforça a confiança no modelo de negócios e na estratégia de longo prazo da empresa. “Ter IFC e DEG como parceiras é uma chancela de que estamos no caminho certo, com um modelo responsável e voltado para o longo prazo. As duas instituições conduziram uma análise criteriosa antes de investir, considerando especialmente a gestão de risco, o propósito de impacto e as práticas de ESG, transparência e concessão justa de crédito. Isso fortalece ainda mais nosso compromisso em oferecer serviços financeiros acessíveis, seguros e sustentáveis ao trabalhador brasileiro”, afirma.

Investimento na Neon para consolidar posição no mercado

Para Manuel Reyes Retana, diretor regional da IFC para a América do Sul, o investimento na Neon busca ampliar o acesso a soluções financeiras para a população trabalhadora no Brasil. “É uma honra firmar parceria com a Neon para ampliar o acesso a soluções financeiras à população trabalhadora do país, um segmento amplamente negligenciado pelos bancos tradicionais. Este investimento reforça o compromisso da IFC em ampliar o acesso ao crédito no Brasil. Ele contribuirá para aumentar a produtividade e a geração de empregos, ajudará a Neon a atrair novos financiamentos, fortalecer seu capital regulatório e fornecer capital a uma fintech em estágio avançado e de rápido crescimento, aumentando a competitividade no setor financeiro”, declara.

André Aguilar, diretor regional da DEG para o Mercosul, destacou o histórico da Neon em promover inclusão financeira por meio da tecnologia. “A Neon tem demonstrado um histórico sólido na promoção da inclusão financeira por meio da inovação tecnológica. Vemos na empresa uma parceira de longo prazo com forte compromisso com a sustentabilidade e o crédito responsável. Nosso investimento busca apoiar negócios que combinam impacto social positivo com desenvolvimento estrutural em mercados emergentes”, explica.

Histórico da fintech e próximos passos

Em 2024, a Neon registrou crescimento de 50% no faturamento e atingiu o “breakeven”, encerrando o ano com lucro no último bimestre. Atualmente, a fintech possui uma carteira de crédito de mais de R$ 6 bilhões.

Jamil Marques, vice-presidente de Operações da Neon, afirma que a conclusão da rodada Série E representa um avanço na trajetória da empresa. “Foi um processo longo e criterioso de diligência, conduzido por investidores que são referência global em governança e gestão de riscos. A entrada desses parceiros reforça a confiança na solidez da nossa operação e nos impulsiona a seguir aprimorando. Também é um reconhecimento do avanço que temos feito em crédito e tecnologia, especialmente com o lançamento do novo consignado privado, que amplia nossa oferta de crédito com responsabilidade e foco no cliente”, diz.

Para 2025, a Neon planeja consolidar a terceira fase de crescimento, priorizando a resiliência da carteira de crédito, a expansão do consignado privado e o engajamento da base ativa. A fintech pretende acelerar sua expansão equilibrando rentabilidade e escala, com foco em produtos destinados ao trabalhador brasileiro, em especial da classe B-. O uso de inteligência artificial, a ampliação de funcionalidades do Pix e a integração com o Open Finance estão entre as prioridades. “Diante das incertezas do cenário macroeconômico, manteremos uma abordagem prudente na expansão da carteira de crédito, com foco em crescimento sustentável”, afirma Marques.

Fundada em 2016, a Neon surgiu após a experiência pessoal de Pedro Conrade com tarifas bancárias. A fintech foi pioneira na oferta de conta digital no Brasil e, ao longo dos anos, passou a oferecer produtos como cartão de débito e crédito sem anuidade, empréstimos, investimentos, cashback, entre outros. Por meio da MEI Fácil, a empresa também atende microempreendedores individuais com soluções financeiras e educação. A Neon conta hoje com mais de 32 milhões de clientes.

A IFC, braço do Grupo Banco Mundial, atua em mais de 100 países apoiando o desenvolvimento do setor privado. Em 2024, a instituição destinou US$ 56 bilhões a empresas e instituições financeiras. Já a DEG, parte do grupo KfW, possui mais de 60 anos de atuação em países em desenvolvimento e emergentes, com foco em setores como energia, infraestrutura e agronegócio.




Fonte Startupi

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