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Após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros ontem, pelo presidente Donald Trump, o mercado acompanha de perto a reação da cotação do dólar perante o real. Como esperado, a moeda americana sobe, mas ainda está abaixo da cotação além de R$ 5,60 da abertura: por volta das 16h (horário de Brasília), o avanço era de 0,9%, a R$ 5,55.
A movimentação é contrária da observada nas últimas semanas, quando a moeda atingiu patamares mais baixos de mais de um ano. No primeiro semestre, a divisa americana caiu 12% ante o real, mas já avança 1,3% em julho.
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Com as incertezas mais elevadas, a tendência de médio prazo para a moeda pode se reverter, segundo afirma José Faria Junior, sócio e diretor da Wagner Investimentos, de baixa para alta. “O que teremos nos próximos dias é grande aumento de incerteza, já que dependerá de como a situação será tratada”, diz.
Faria comenta que há alguns marcos a serem observados: se o dólar romper a máxima de ontem, há recomendação de aguardar para a venda, em especial para exportadores, porque haveria possibilidade de depreciação do real em direção a dólar a R$ 5,70.
Ainda que alguns analistas coloquem em dúvida se as tarifas se fato entrarão em vigor, Jorge Ferreira dos Santos Filho, economista e professor de finanças do curso de Administração da ESPM, destaca que há algumas condicionantes.
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“Trump sempre usa o anúncio das tarifas como uma ferramenta de negociação agressiva, não necessariamente como a política final. Só que, no caso brasileiro, as tarifas para o aço siderúrgico estão em vigor”, considera. Em sua visão, há possibilidade de dois cenários: uma suspensão após concessões e um cenário de negociações que se arrastam, com tarifas já em vigor.
“Uma boa parte dos investidores já se posicionou em relação ao dólar e a moeda volta a se estabilizar ainda num patamar mais alto do que estava operando como reflexo dessa dessa dinâmica”, entende o professor. O que deve determinar o comportamento do dólar será justamente como o mercado está se preparando para uma possível entrada em vigor das tarifas e as dificuldades de precificação pela imprevisibilidade de Trump.
Novo cenário
“Muda totalmente o cenário para o dólar. É bem provável que nós vamos ver agora o dólar novamente mais estressado, em patamares maiores”, considera Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos CEA. Coelho afirma que, considerando a importância que exportações para o EUA tem para produtores brasileiros, é possível que seja feita pressão para que governo negocie e converse com o governo americano. Mesmo assim, há dúvidas do quão efetivo isso poderia ser.
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Para o analista, é esperado que a moeda tenha um avanço de curto prazo, impactado principalmente pelos investidores que já num curto prazo decidem tirar o dinheiro do país com essa movimentação. “E obviamente em algum momento ela vai se acomodar”, considera.
Kevin Oliveira, da Blue 3, ainda acrescenta que os lucros das empresas podem ficar comprometidos, se as tarifas passarem a vigorar em agosto, como prometido por Trump. Se isso acontecer, os custos tenderão a ser repassados ao consumidor e gerar mais inflação. “Nessa batalha, o Brasil tem mais a perder do que a ganhar”, diz.
Apesar disso, Marcos Weigt, diretor de tesouraria do Travelex Bank, considera que a valorização do dólar dependerá das negociações esperadas para os próximos dias “Os exportadores vão antecipar tudo o que puderem antes de as tarifas entrarem em vigor no dia 1 de agosto. Não acredito que essa medida impacte os investimentos estrangeiros no Brasil”, considera.
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(com Estadão)
FonteCâmara dos Deputados