Em 1999, o grupo brasileiro Caoa – fundado pelo médico Carlos Alberto de Oliveira Andrade – firmou parceria com a montadora sul-coreana Hyundai para atuar no Brasil. Foi um marco. A união entre as duas companhias ajudou a acelerar a chegada e a popularização de modelos icônicos no país, como o Tucson. Mas, como na vida, nem toda história dura para sempre. Nesta semana, as empresas colocaram oficialmente um ponto final na relação.
As antigas parceiras já não dividem mais a fábrica de Anápolis (GO), inaugurada em 2007 com um investimento inicial de R$ 1,2 bilhão da empresa brasileira. O complexo, segundo dados do site, tem 174 mil metros quadrados de área construída e ocupa um terreno de 1,5 milhão de metros quadrados.
Nenhuma das duas explicou exatamente os motivos da separação. A Hyundai disse em nota que ”não comenta estratégias comerciais ou de produção nos mercados em que está presente” e a Caoa falou que não trata de seus ”planos de negócios, futuros lançamentos ou tratativas de projetos subsequentes”.
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Mas os sinais de desgaste na parceria já vinham de longe. Em 2018, por exemplo, as empresas se enfrentaram na Justiça por divergências sobre a operação conjunta. Ainda assim, a relação não chegou ao fim por completo: a rede de concessionárias da Caoa segue vendendo modelos da Hyundai, tanto os produzidos no Brasil quanto os importados.
Mesmo com o fim da parceria industrial, essa foi uma das alianças mais longevas da história recente da indústria automotiva brasileira. A memória dessa colaboração segue circulando pelas ruas – em especial nos incontáveis Tucsons que ainda rodam por aí. Mas o legado vai além.
Confira a seguir alguns dos principais veículos produzidos na fábrica de Anápolis e importados via parceria Caoa-Hyundai:
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Hyundai Tucson (1ª geração)

A 1ª geração do Hyundai Tucson foi o primeiro carro de passeio produzido na fábrica goiana. Entre 2010 e 2019, segundo dados Caoa, foram feitos pouco mais de 106 mil unidades do carro.
Hyundai ix35
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Foi produzido em 2013 e início de 2022, quando saiu de linha após a fase 7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores do governo federal, que visa diminuir os os níveis de emissão de poluentes por veículos automotores. Nesse período, o ix35 (2ª geração da Tucson) teve cerca de 112 mil unidades vendidas no país, segundo a Caoa.
New Tucson

A produção desse modelo, a 3ª geração da Tucson, começou em 2016. Em material divulgado ano passado, a Caoa disse que a família toda de carros (contanto as outras gerações) conta com 300 mil modelos comercializados em suas lojas no Brasil.
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Hyundai HR

Lançado inicialmente como importado, o caminhão utilitário Hyundai HR começou a ser produzido nacionalmente em 2007, na fábrica da Caoa. No ano passado, segundo a empresa coreana, o HR ultrapassou a marca de 100 mil unidades fabricadas.
Hyundai Azera

O início da importação foi no final de 2007, com a 4ª geração chegando ao Brasil via Caoa. Marcou a entrada da marca no segmento de sedãs grandes com motor V6 . A 5ª geração chegou em meados de 2011. Deixou de ser importado em 2016.
Hyundai Elantra

Começou a ser importado Brasil em meados de 2011 e saiu de linha no início de 2020. As vendas não foram muitos boas – em 2019, por exemplo, apenas 82 foram vendidos.
Hyundai Veloster

Começou a ser importado em 2011, mas deixou deixou de ser comercializado no país em 2014. Na época, o representante da marca no Brasil disse que a paralização ocorreu por causa das ”oscilações nas vendas”.
Produção atual
Apesar do fim da parceria ter sido noticiado hoje, inicialmente pelo Autoesporte, a produção dos modelos Hyundai Tucson e caminhão leve HR na fábrica de Anápolis foi encerrada na planta em abril deste ano.
Atualmente, a fábrica produz exclusivamente veículos da Caoa Chery, como os SUVs Tiggo 5X, Tiggo 7 e Tiggo 8, e passa passando por modernização com investimento de cerca de R$ 3 bilhões, que inclui instalação de 165 novos robôs e ampliação da área fabril.
A capacidade do local também está sendo duplicada para até 160 mil veículos por ano, com ampliação de turnos e contratação de mais colaboradores.
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Fonte Infomoney