As memecoins, criadas inicialmente sob inspiração de memes e tendências, ou para fortalecimento de comunidades, têm crescido e ganhado importância na indústria de criptomoedas. Dogecoin — apoiada por Elon Musk —, Shiba Inu, Pepe e a Official Trump, lançada pelo presidente norte-americano, lideram o mercado de memecoins em capitalização de mercado. Muitos investidores são atraídos pela maneira lúdica como elas se apresentam ou pelo senso de comunidade que criam. Mas alguns podem acabar se descuidando ao observar o valor real dos ativos e se há algum golpe por trás da brincadeira.
Com o objetivo de ajudar seus usuários a avaliar corretamente os cenários e tomar melhores decisões de aplicação, uma equipe de pesquisadores da Binance criou um método para identificar disparidades entre a liquidez aparente e a real em tais tokens que já está sendo aplicado na prática pela corretora.
Com base nas análises, duas importantes ferramentas foram desenvolvidas:
- Liquidez Estimada (ELiq): calcula o valor máximo que pode ser retirado de um token antes de causar impacto relevante no mercado;
- Índice de Risco de Liquidez de Memecoins: ranqueia tokens com base em risco ajustado ao valor de mercado.
Com a ELiq, os investidores têm acesso aos ativos mais negociados, melhorando a eficiência do mercado. A solução identifica aqueles tokens com pouco volume de negociação e, em última instância, os remove da lista de moedas negociadas na plataforma.
Já o Índice de Risco de Liquidez de Memecoins aponta a dificuldade de converter uma memecoin em dinheiro rapidamente, sem sofrer perdas significativas. Com indicadores personalizados, é possível oferecer insights valiosos sobre a liquidez, proporcionando uma melhor tomada de decisões.
Assim como outras criptomoedas, as memecoins normalmente são criadas em uma blockchain. A partir disso, os pesquisadores da Binance desenvolveram uma estrutura multidimensional que identifica a origem dos endereços desses ativos.
Ao combinar análises da origem e destino de fundos, da similaridade comportamental e da detecção de transações irregulares, o método revelou clusters de endereços que as avaliações tradicionais muitas vezes deixam passar. Esse recorte é essencial para entender a verdadeira distribuição e liquidez das memecoins.
O cruzamento dessas informações encontrou diferenças significativas entre a liquidez aparente (o que parece na superfície) e a liquidez real (o que realmente está acontecendo) entre as memecoins examinadas. A concentração de propriedade, por exemplo, era muito maior do que os dados que a blockchain sugeria, com algumas entidades controlando o que pareciam ser muitos endereços independentes, criando um potencial significativo de manipulação de mercado.
As recentes soluções corroboram os esforços feitos em diversas frentes pela Binance para fortalecer a transparência e a segurança do ecossistema cripto, além de proteger seus usuários. Compreender a liquidez das memecoins com um olhar racional e baseado em pesquisas é essencial para entender o momento certo de negociá-las.
Fonte Agência Brasil