Egito lidera perdas nas bolsas do Oriente Médio em meio a ataques; Israel se recupera

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(Bloomberg) — A maioria dos mercados do Oriente Médio recuou neste domingo, refletindo o aumento da preocupação dos investidores com a possibilidade de um conflito mais amplo, em meio aos ataques entre Israel e Irã.

O principal índice da bolsa do Egito teve o pior desempenho entre os mercados que abriram pela primeira vez desde o início dos ataques na sexta-feira, registrando a maior queda em mais de um ano. O temor de que a interrupção da produção de gás em Israel leve a uma escassez de combustível no país, altamente dependente de importações, puxou o recuo. A moeda egípcia também se desvalorizou, ultrapassando a marca de 50 libras por dólar nas negociações bancárias locais.

Já o índice de referência de ações em Israel fechou em alta, apagando perdas intradiárias, impulsionado pela valorização da fornecedora de defesa Elbit Systems Ltd. Na Arábia Saudita, as perdas do índice Tadawul foram limitadas pela alta da Saudi Aramco, que subiu com o avanço dos preços do petróleo.

A escalada ocorre em um momento delicado para os mercados acionários da região, que já vinham tendo desempenho inferior ao de outras praças globais em 2025, impactados por volatilidade nos preços do petróleo, incertezas geopolíticas e pressões fiscais em países como a Arábia Saudita. Os acontecimentos do fim de semana minaram as expectativas de uma rápida resolução do conflito e impulsionaram a busca por ativos considerados seguros, como o ouro e o dólar.

“Não é surpresa que, com uma guerra aberta entre Israel e Irã em andamento, os mercados da região também estejam sofrendo — até mesmo o Egito, que viu o corte no fornecimento de gás vindo de Israel”, afirmou Hasnain Malik, estrategista da Tellimer em Dubai. “A disparada do petróleo reflete o risco de interrupção das exportações iranianas, mas ainda não uma disrupção séria no Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do petróleo mundial.”

O índice EGX 30 do Egito chegou a cair 7,7%, antes de reduzir as perdas e encerrar o dia com recuo de 4,6%. Todas as 31 ações do índice fecharam no vermelho, enquanto a libra egípcia foi negociada a até 50,6 por dólar, segundo bancos locais. Israel interrompeu a produção no seu maior campo de gás natural no fim de semana, suspendendo o fornecimento ao Egito.

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O índice de ações de Israel subiu 0,5% às 16h05 (horário local) em Tel Aviv, impulsionado por um salto de 6% da Elbit Systems. A empresa, que fabrica foguetes, drones e sistemas de defesa aérea para o Exército israelense, já havia indicado no mês passado que espera aumento da demanda na Europa.

Na Arábia Saudita, o mercado seguiu a tendência de baixa, com 222 das 253 ações do índice de referência registrando perdas. No entanto, a alta de 1,8% da Saudi Aramco, favorecida pelo salto do petróleo na sexta-feira, ajudou a conter a queda.

Outros mercados da região, como Kuwait e Catar, também recuaram.

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A principal preocupação dos investidores continua sendo o abastecimento e os preços do petróleo. Os contratos futuros do WTI (West Texas Intermediate) subiram mais de 7% na sexta-feira, fechando perto de US$ 73 o barril — o maior salto diário desde março de 2022.

No cenário mais negativo, com interrupção completa da oferta de petróleo iraniano e fechamento do Estreito de Ormuz, o barril poderia ultrapassar os US$ 120, segundo George Saravelos, chefe global de estratégia de câmbio do Deutsche Bank AG.

© 2025 Bloomberg L.P.



FonteCâmara dos Deputados

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