ação estreia com alta de 1,61% na Bolsa de Valores de Nova York

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As ações da JBS fecharam em alta nesta sexta-feira (13), no primeiro dia de negociação na Bolsa de Valores de Nova York, após a saída da B3 na semana passada (6) em função da operação de dupla listagem. Os papéis tiveram ganhos de 1,61%, cotados a US$ 13,87, após chegarem a cair mais de 2% no início da sessão.

No dia 23 de maio, os acionistas da companhia aprovaram a proposta de dupla listagem das ações do frigorífico, conforme já era amplamente esperado pelo mercado. A família Batista, que fundou e ainda controla a JBS, tentava há mais de uma década listar os papéis da empresa em Nova York, mas enfrentou vários contratempos, incluindo o escândalo de Lava Jato.

Saiba mais: BDRs da JBS estreiam na B3 estáveis

Em 2016, o plano também enfrentou oposição do braço de investimentos do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o maior acionista fora da família Batista. Em março, o banco estatal, que vem reduzindo sua participação no frigoríficio, concordou em se abster na votação da listagem dupla.

O plano de listagem dos EUA também enfrentou críticas de políticos e grupos ambientalistas, que levantaram preocupações sobre corrupção, concentração de mercado e riscos ambientais.

Uma das maiores empresas de alimentos do mundo, com mais de 250 unidades em 17 países e mais de 300 mil clientes, a JBS vê a mudança como parte da estratégia para reforçar sua presença global. A nova estrutura e a listagem dupla buscam ampliar a visibilidade internacional e alinhar a governança à atuação já diversificada no exterior.

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Segundo a empresa, a reorganização dará mais flexibilidade à execução da estratégia de crescimento, além de refletir melhor o perfil global das operações.

Na visão do BBA, a operação tende a ampliar o acesso da empresa a uma base maior de investidores e aumentar sua visibilidade no mercado internacional, favorecendo comparações com pares globais.

Além disso, conforme o BBA, o movimento pode proporcionar maior flexibilidade no uso de capital próprio como fonte de financiamento, inclusive por meio de emissões de ações, o que pode contribuir para a redução do custo de capital.

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Outro ponto destacado é o fortalecimento da governança corporativa da JBS, que passará a estar sujeita ao escrutínio regulatório da SEC, aumentando a transparência e a credibilidade da companhia junto ao mercado.

Já a Genial Investimentos avalia a transição como uma oportunidade de valorização. A corretora recomenda compra dos papéis da JBS. A expectativa é de que a nova estrutura traga maior visibilidade à companhia em mercados de capitais mais líquidos, como o norte-americano.

Retorno dos irmãos Batista

A dupla listagem coroa o retorno surpreendente dos irmãos Joesley e Wesley Batista, menos de uma década depois de terem sido presos em meio ao escândalo de corrupção da Lava Jato e forçados a ficar na retaguarda de seu império global de alimentos.

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A listagem nos EUA do maior frigorífico do mundo, que o grupo busca de alguma forma desde 2009, ocorre no momento em que os irmãos, agora de volta ao conselho da JBS, também recuperaram grande parte de sua influência entre a elite política do Brasil.

A proeminência deles foi exibida no sábado, quando Wesley Batista, recém-chegado de uma viagem a Paris com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, subiu ao palco para discutir as perspectivas econômicas com o presidente do Banco Central do Brasil e outros importantes executivos do setor bancário.

Batista estava de bom humor e rebateu um pouco do pessimismo de líderes empresariais brasileiros em relação ao governo Lula.

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“Temos que olhar as coisas que não estão indo mal também, porque está todo mundo aqui fazendo planos para investir, todo mundo está crescendo”, disse ele durante evento no litoral de São Paulo, atraindo aplausos.

Poucos líderes empresariais podem se igualar ao acesso dos irmãos na capital Brasília. A agenda pública de Lula mostra que um ou ambos apareceram ao lado do presidente em pelo menos cinco eventos públicos desde o ano passado.

Eles também realizaram várias reuniões privadas com Lula e seus ministros, segundo duas pessoas com conhecimento das agendas privadas do gabinete.

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A JBS disse que suas reuniões com autoridades públicas estão de acordo com seu código de conduta. A assessoria de imprensa da Presidência não respondeu às perguntas sobre as reuniões.

Tudo isso está muito distante do ponto mais baixo dos irmãos, há quase uma década, quando confessaram ter subornado centenas de políticos, se afastaram de seu império corporativo e passaram meses na cadeia, lutando contra alegações de uso de informações privilegiadas.

“Eles estão de volta porque estão investindo”, disse uma pessoa próxima à Presidência do Brasil.

A JBS tem centenas de operações e está presente em mais de 20 países, rivalizando com a Tyson Foods TSN.N no mercado de carne bovina dos Estados Unidos. A companhia está entre as maiores empresas do Brasil em termos de receita e número de empregados. Sua controladora, a J&F, expandiu-se na economia brasileira nos setores bancário, de energia, logística e financeiro.

Uma doação de US$5 milhões feita pela Pilgrim’s Pride PPC.O, subsidiária da JBS, ao Comitê Inaugural de Trump-Vance também evidenciou o crescente alcance global de sua influência.

A senadora norte-americana Elizabeth Warren questionou a JBS em uma carta pública no mês passado, sugerindo que a doação e a subsequente aprovação da listagem nos EUA pela Comissão de Valores Mobiliários em poucos meses “levantam sérias preocupações sobre um possível acordo quid pro quo”.

Em resposta a perguntas sobre a doação, a JBS afirmou que a Pilgrim’s “tem um longo histórico bipartidário de participação no processo cívico”.

A reabilitação dos irmãos vai além da política.

Depois de anos envolvida no maior escândalo de corrupção do Brasil, a J&F conseguiu uma decisão que suspendeu uma multa de cerca de R$10 bilhões por seu papel no esquema.

No auge do escândalo, os irmãos admitiram ter subornado cerca de 1.800 políticos. Em 2017, Joesley Batista gravou uma conversa supostamente discutindo um esquema de suborno com o então presidente Michel Temer, como parte de um acordo de delação premiada.

Os irmãos Batista, que se afastaram dos cargos de liderança da JBS durante os eventos do escândalo, foram posteriormente presos por suposta negociação de informações privilegiadas com base nesse acordo. Posteriormente, eles foram absolvidos no caso.

Em 2023, um juiz do Supremo Tribunal Federal suspendeu a multa contra a J&F em seu acordo de leniência, sob o argumento de que os promotores agiram de forma tendenciosa na época. O caso ainda aguarda uma revisão mais ampla pelo tribunal.



FonteCâmara dos Deputados

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