O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Nilton David, afirmou que a política do “tarifaço” dos Estados Unidos não é boa para ninguém e é especialmente ruim “para quem faz o tarifaço”. David participou da LiveBC promovida pela autoridade monetária.
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David explicou que, quando se coloca dificuldades para importar, você não vai ser o primeiro a construir algo novo. “Você traz insumos da melhor forma possível para aumentar a sua produtividade. O crescimento de produtividade americano tem que ter diminuído em relação ao que era antes dessas barreiras. Então pior para ele, foi ele que colocou as barreiras”, disse.
O diretor apontou que, se não houver retaliação de outros países, os outros países manteriam a mesma capacidade de importar coisas do mundo inteiro. “Então eles conseguem manter o mesmo nível de produtividade ao longo do tempo. Os Estados Unidos deveriam ter um degrau para baixo”, disse.
David ressaltou que é difícil imaginar que o dólar, em relação ao valor anterior, não tenha que ter uma correção para baixo. O diretor foi questionado se em algum momento o dólar pode perder relevância no cenário internacional. David explicou que, apesar do mercado estar dando sinais, mesmo antes do tarifaço, de busca por alternativas ao dólar, é difícil imaginar esse cenário. “Apesar de todo repensamento de alternativas, é difícil fugir disso. Não consigo enxergar em um horizonte de cinco, dez anos, isso se alterando de forma significativa, na parte de ser uma moeda de referência ou a moeda que vê possa ter seus investimentos”, afirmou.
Na live, David fez várias explicações sobre os conceitos do mercado de câmbio e do regime de câmbio flutuante no Brasil. O diretor ressaltou que o câmbio é flutuante e que não existe nível de câmbio que faça o Banco Central intervir no mercado.
David explicou que a decisão de intervenção depende da disfuncionalidade e não do nível. Respondendo a uma pergunta do público sobre se o BC tem a intenção de reduzir o estoque de swap cambial, o diretor disse que o swap cambial é uma ferramenta.
“Não tenho nenhum amor para aumentar ou diminuir. Existe como uma ferramenta. Acho que a gente tem que ter essa ferramenta sempre à disposição e ela vai ser usada para cima ou para baixo de acordo com necessidade”, disse.
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Fonte Agência Brasil