Treinar em uma das academias mais caras do Brasil custa pouco mais de dois salários mínimos – por mês. Reservar R$ 3.500 do orçamento mensal para atividades físicas, obviamente, não é para todo mundo. Mas o frequentador da SIX Sport Life não só está disposto a desembolsar essa quantia, como acaba economizando. Ao menos é o que garante Eilson Studart, idealizador e um dos fundadores do negócio, que já conta com uma segunda unidade recém-inaugurada em São Paulo e se prepara para abrir uma terceira, em Brasília. “O custo-benefício paga a conta”, disse o empresário ao InfoMoney.
Studart, que durante 15 anos foi sócio da rede de restaurantes Coco Bambu, se inspirou em academias de hotéis de alto padrão e trouxe a referência até para o nome de sua nova empreitada, iniciada no ano passado. SIX faz alusão a um serviço “seis estrelas”.
As unidades trabalham com um sistema all inclusive que dá livre acesso a geladeiras abarrotadas com shakes proteicos, isotônicos – e espumantes, nos finais de semana – além de mesas de café com frutas, snacks, whey, colágeno e creatina. “São produtos caros, que disponibilizamos à vontade”, explica o empresário, o que justifica, em parte, o valor da mensalidade.

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Mordomias de hotel
Uma série de “mordomias” também faz parte do pacote. A academia tem um concierge, tal qual um hotel, e o frequentador nem precisa se preocupar em higienizar os aparelhos de musculação após usá-los – há funcionários para isso. O cliente só precisa segurar a sua toalha perfumada, fornecida pela própria SIX, e mandar ver no treino. Em cada aparelho, há um monitor que acompanha a cadência dos movimentos e avisa a hora de aumentar o peso. Os instrutores também dão acompanhamento personalizado.
Nos vestiários, tem sauna a vapor e banheira de gelo (para os corajosos). No feminino, um salão de beleza com serviços de cabelo e unha para as frequentadoras.

Público selecionado
A SIX trabalha com um número limitado de clientes. Cada uma das unidades possui vagas para até 500 membros. “A gente garante que não vai ter aquela densidade de pessoas revezando equipamento”, diz Studart.
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Em São Paulo, a academia funciona nas proximidades da Faria Lima, o maior centro financeiro da capital. Studart e os sócios – o nutrólogo Leandro Vaz e o educador empresarial Ravell Nava – investiram R$ 20 milhões na unidade. O retorno não vem somente das mensalidades dos alunos. A SIX disponibiliza áreas para locação dentro das academias. Na primeira unidade, em Brasília, funciona uma clínica de ortopedia e fisioterapia, uma loja de roupa da Track&Field (TFCO4) e, em breve, uma cafeteria. Os produtos e serviços oferecidos pelos inquilinos são cobrados à parte.
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“Muitas marcas nos procuram para fazer ativações lá dentro, então temos um faturamento bom com isso aí também”, diz o empresário. Studart conta que, fora do horário de funcionamento, a academia também tem sido usada como espaço para lançamento de produtos relacionados à saúde, como suplementos, e moda esportiva. “Já fechamos três eventos na SIX de São Paulo”.
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De três a quatro lojas por ano
Com essa estratégia de diversificação de receitas que vai além da mensalidade de R$ 3,5 mil, a SIX Sport Life tem a ambição de se tornar a primeira rede de academias de luxo do Brasil. “Queremos fazer de três a quatro lojas por ano para aproveitar um ‘vácuo’ que existe nesse segmento”, diz Studart. A Les Cinq, do empresário Rodrigo Sangion, cobra o mesmo valor pela mensalidade, mas, por ora, tem apenas uma unidade em São Paulo.
A terceira unidade da SIX está prevista para ser inaugurada no próximo mês de setembro na capital federal. A academia está sendo construída em uma área de dois mil metros quadrados e vai ser a maior da rede até então, com capacidade para 800 membros. Metade das vagas já foi preenchida por clientes que pagaram matrícula e uma mensalidade adiantada para entrar na lista de espera. É uma maneira de garantir receita com um negócio que ainda não inaugurou e evitar desistências de última hora. “Eu não quero ter inadimplência na hora da inauguração”, brinca Studart.
FonteAgência Brasil