EUA enfrentam risco de estagflação

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Sem teto deitado em calçada em Los Angeles, Califórnia, EUA
Sem teto em calçada na Califórnia, EUA (foto Xinhua)

As ações dos EUA fecharam novamente em forte baixa nesta sexta-feira. O Dow Jones Industrial Average caiu 5,50%, para 38.314,86 pontos; o S&P 500 afundou 5,97%, para 5.074,08; e o Nasdaq Composite Index desabou 5,82%, para 15.587,79 pontos.

Todos os 11 setores primários do S&P 500 fecharam no vermelho, com energia e finanças liderando as perdas (-8,70% e -7,39%, respectivamente). O mercado imobiliário registrou o declínio mais fraco, com queda de 2,51%.

O mercado de ações britânico registrou pior queda diária desde março de 2020, na véspera do lockdown da Covid-19. O índice FTSE 100 caiu 4,95% e fechou em 8.054,98 pontos nesta sexta-feira. Os bancos foram os mais atingidos, enquanto as empresas de serviços públicos estavam entre os poucos ganhadores.

Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad, salienta que o cenário cada vez mais aponta para uma desaceleração e uma possível recessão nos EUA, o que impacta o ambiente global. “Commodities, por exemplo, devem ser fortemente afetadas se o ambiente for de queda na atividade de forma generalizada.”

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O Nasdaq entrou oficialmente em bear market (tendência de queda), com retração de 20% em relação ao último pico, e os ganhos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos ficaram abaixo de 4%, “precificando a necessidade de cortes de juros pelo Fed para estimular a atividade, ou, em outras palavras, mais um sinal de desaceleração da atividade”, explica Zogbi.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, disse em discurso nesta sexta-feira que as tarifas podem levar a um cenário de inflação mais pressionada e crescimento mais lento, ou seja, estagflação. “Na fala, ele relembrou que a obrigação da autoridade monetária é manter as expectativas de longo prazo para a inflação ancoradas e disse que a perspectiva continua altamente incerta, com riscos elevados para o desemprego, além de afirmar que os preços das residências seguirá elevado”, comenta Paula Zogbi.

O JPMorgan Chase, o maior banco norte-americano em ativos, elevou para 60% a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos neste ano por conta das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump, um aumento de 20 pontos percentuais desde março.

As ações de marcas esportivas como Nike, Lululemon Athletica e Foot Locker subiram, apesar de terem aberto a sessão com perdas, depois que se soube que a ligação entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, To Lam, foi “muito construtiva”.

Na quarta-feira, Trump impôs uma tarifa de 46% sobre o país do sul da Ásia, que tem uma grande presença de fábricas de vestuário e calçados de todos os tipos. O Vietnã tem um superávit comercial com os EUA de US$ 123 bilhões.

De acordo com a Bloomberg, 50% dos calçados da Nike e 28% de suas roupas são fabricados no Vietnã, enquanto 40% dos produtos da Lululemon vêm do Vietnã.

O dólar subiu no pregão de sexta-feira, embora sem recuperar a forte perda de quinta-feira. O índice do dólar, que mede a moeda em relação a seis principais pares, aumentou 0,93% para 103,024 às 19h GMT. No pregão tardio de Nova York, o euro caiu para US$ 1,0943, e a libra esterlina reduziu para US$ 1,2881.

No Brasil, o dólar comercial subiu 3,68%, para R$ 5,835. A Bolsa de Valores B3 caiu 2,96%, para 127.256 pontos.

Com informações das agências Xinhua e Europa Press



Fonte Monitor Mercantil

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