México se blinda contra intervenções dos EUA com pretexto de combater narcoterrorismo

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Presidenta do México, Claudia Sheinbaum Pardo
Presidenta do México – Claudia Sheinbaum Pardo (Foto: Presidência do México)

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, assinou nesta quinta-feira duas emendas “substanciais” à Constituição mexicana para impedir interferências ou atos que prejudiquem a soberania nacional e aplicar uma pena “mais severa” a qualquer estrangeiro que realize atividades ilegais no país.

Sheinbaum assinou essas reformas, para serem enviadas ao Congresso para revisão e aprovação, durante sua coletiva de imprensa diária. Ela também esclareceu que, embora as autoridades dos EUA possam usar qualquer nome que “decidam”, com o México é “colaboração e coordenação, nunca subordinação. Não interferência e certamente não invasão”.

O Governo dos EUA designou na quarta-feira seis cartéis mexicanos como “organizações terroristas” com o objetivo de erradicá-los. São eles: Cartel de Sinaloa, Cartel da Nova Geração de Jalisco, Cartéis Unidos, Cartel do Nordeste, Cartel do Golfo e Família Nova Michoacán, além do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua e da gangue salvadorenha Mara Salvatrucha.

“O que queremos deixar claro diante dessa designação é que não negociamos soberania, como eu disse ontem [quarta-feira]. Esta não pode ser uma oportunidade para os Estados Unidos invadirem nossa soberania”, alertou Sheinbaum do Palácio Nacional na Cidade do México.

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Apoiadores do presidente Donald Trump defendem uma intervenção no continente latino-americano sob a alegação de conter cartéis de drogas. Na quarta-feira, o Governo do Equador propôs que forças especiais de países aliados sejam temporariamente incorporadas à luta contra o “narcoterrorismo”.

A presidente mexicana explicou que uma das emendas à Constituição inclui o artigo 40 do texto constitucional, que afirma que “o povo do México não aceitará, sob nenhuma circunstância, intervenções, interferências ou qualquer outro ato do exterior que seja prejudicial à integridade, independência e soberania da nação, como golpes de estado, interferência em eleições ou violação do território mexicano; seja por terra, água, mar ou espaço aéreo”. Também não consentirá “nenhuma intervenção em qualquer investigação ou processo sem a expressa autorização e colaboração do Estado mexicano, no âmbito das leis aplicáveis”, enfatizou.

Sobre o artigo 19, ela destacou que estabelece que todo nacional ou estrangeiro envolvido em tráfico de armas ou todo estrangeiro que realizar atividades relacionadas aos parágrafos acima mencionados do artigo 40, “será imposta a pena mais severa possível, bem como a medida cautelar de prisão preventiva”.

Da mesma forma, como já havia anunciado esta semana, a presidente mexicana indicou que o Ministério das Relações Exteriores está se preparando para ampliar o processo que o México tem contra produtores e distribuidores de armas nos Estados Unidos por cumplicidade na “introdução de armas em nosso país”, como reconheceu o Departamento de Justiça dos EUA em janeiro passado.

Com informações da Agência Xinhua



Fonte Monitor Mercantil

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