“O Brasil já é o nono país produtor de petróleo no mundo e até 2030, a gente vai chegar a ser o quinto maior produtor mundial. O petróleo já é a principal pauta de exportação brasileira. A Petrobras está produzindo cada vez mais o pré-sal. E se vier a margem equatorial, como todo mundo espera e deve acontecer, a gente vai continuar tendo papel importante na cena do petróleo internacional”, diz o especialista em petróleo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Segundo Pires, fora da Opep, países como a Guiana e o Brasil são hoje os principais protagonistas desse mercado. Mas, embora avalie que em termos de produção e relevância no comércio mundial o Brasil conta com requisitos necessários para integrar qualquer organização que reúna os principais produtores dessa commodity, o analista destaca que ingressar nesse braço ampliado a Opep não traz vantagens ao país.
“No Brasil hoje quem produz petróleo são empresas privadas e a Petrobras. A Petrobras não é uma estatal, mas uma empresa de capital misto. Então como é que o governo vai mandar a Petrobras reduzir ou aumentar a produção?”, questiona.
Além disso, o especialista lembra que o Brasil é um regime democrático, diferentemente da maioria dos membros da Opep, nos quais a produção vem de empresas 100% estatais. “Não vejo nenhuma lógica do Brasil entrar na Opep+. E cartel não é uma coisa boa, mas ruim do ponto de vista da economia, do ponto de vista da concorrência, do ponto de vista do consumidor”, ressalta o representante da CBIE.
Rumos da produção de petróleo
A confirmação de que o Brasil aceitou o convite feito pela Opep vem num momento de grande discussão interna sobre os rumos da produção de petróleo e mais, até que ponto defender o aumento dessa matriz energética é de fato jogar contra os desafios ambientais de tornar o planeta um local menos poluído. No atual governo, que tem como bandeira a defesa do meio ambiente, há expoentes de peso, entre eles, o presidente Lula, que defende estudos de viabilidade para exploração de petróleo na margem norte equatorial.
Fonte UOL